O vereador Marcello Siciliano (PHS) disse que não "sabe o que está acontecendo" ao prestar depoimento na Polícia Civil do Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira, 14, sobre o seu suposto envolvimento no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Siciliano foi ouvido sobre um esquema de grilagem de terras, que teria motivado o crime. A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro cumpriram na manhã desta sexta-feira, 14, mandado de busca e apreensão na casa do vereador Marcello Siciliano (PHS), na Barra da Tijuca, na zona oeste. O general Richard Nunes, secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, afirmou que Marielle foi morta porque milicianos acreditaram que ela podia atrapalhar os negócios ligados à grilagem de terras, na zona oeste do Rio de Janeiro. "Fui pego de surpresa. Estou aqui para tomar conhecimento. Estou revoltado com isso tudo e continuo indignado com essa acusação maligna que fizeram a meu respeito", afirmou o vereador. Na residência do vereador foram aprendidos um tablet, um computador, HD e documentos. Investigações também apontam participação, em menor grau, do ex-PM Orlando Curicica, que está preso na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Marielle levou quatro tiros na cabeça dentro de seu carro na noite de 14 de março. Ela e seu motorista saíam de um evento no Estácio, região central do Rio de Janeiro, quando foram executados. Na época, foi noticiado que as câmeras de segurança da prefeitura estavam desligadas no ponto exato onde o crime aconteceu, mas não houve maiores esclarecimentos.
Empresário da área de construção civil, novato na política, pouco conhecido até dos próprios colegas da Câmara Municipaol e eleito com forte votação na zona oeste, um tradicional reduto das milícias. Esse é Marcello de Moraes Siciliano, de 45 anos. O vereador conta, sem disfarçar o orgulho, que teria sido indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2010 por suas ações sociais em Vargem Grande e Vargem Pequena, na zona oeste, onde mora há mais de 20 anos. No vídeo, o vereador se apresenta como “pai de família, com cinco filhos e três netos”. Diz que trilhou sua trajetória profissional sozinho e começou a trabalhar com apenas 15 anos. Aos 17, começou a comprar e vender carros. Depois, conta, migrou para o ramo da construção civil, chegando a ser proprietário de uma empresa. “Comecei a minha vida do nada e me tornei um empresário bem-sucedido”, diz no vídeo: “Faço política para ajudar as pessoas, não preciso disso para viver".
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