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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Justiça da Argentina abre o processo criminal contra a peronista populista Cristina Kirchner por corrupção

Depois de semanas investigando os chamados "cadernos da corrupção", fornecidos por um ex-motorista do ministério do Planejamento durante o kirchnerismo (2003-2015), o juiz federal Claudio Donadio decidiu iniciar processos contra políticos e empresários.  A mais destacada entre eles é a ex-presidente Cristina Kirchner, que possui foro privilegiado por ser senadora. Bonadio pediu mais uma vez que o benefício seja retirado para que a peronista populista Cristina Kirchner seja levada a prisão preventiva e responda a processo. Foram deixados de fora, porém, os também mencionados nos "cadernos da corrupção" Gianfranco e Franco Macri, irmão e pai do presidente Mauricio Macri. Os cadernos reúnem informações sobre entregas de dinheiro de empresários a membros do governo, para que fossem beneficiados em concursos por obras públicas. Pela primeira vez, a Justiça argentina está usando o recurso da Lei do Arrependido, parecido com a delação premiada brasileira, para casos de corrupção. 

Nas últimas semanas, vários empresários famosos do país, como Paolo Rocca, da Techint, ou Angelo Calcaterra, da IECSA e primo de Macri, compareceram para dar declarações. Alguns fizeram acordos. Cristina Kirchner, que tem intenção de disputar as eleições de 2019, também compareceu a dar explicações. A senadora também figura como acusada em outras sete causas judiciais. No caso dos "cadernos da corrupção", Cristina Kirchner será processada pela acusação de ser chefe de uma associação ilícita e de ser responsável pela estrutura de arrecadação ilícita de dinheiro, envolvendo subornos, junto a empresários. O pedido de Bonadio para que seja retirado o foro privilegiado foi enviado na tarde desta quinta-feira (20) ao Senado. Em um caso inédito na Argentina, 12 empresários também serão processados. Calcaterra, será processado. Sua ex-empresa (ele a vendeu quando começaram a ser revelados os escândalos) era a sócia da Odebrecht no soterramento da linha de metrô Sarmiento, mais importante obra da empreiteira brasileira na Argentina.

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