O empresário Jacob Barata Filho, do setor de ônibus do Rio de Janeiro, disse que o setor repassou R$ 145 milhões em propinas ao ex-governador emedebista Sérgio Cabral, no período de 2010 a 2016. Ele depôs nesta quarta-feira (12) ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, no âmbito da Operação Ponto Final. Barata, que chegou a ser preso no Aeroporto Internacional do Galeão, quando estava prestes a viajar ao Exterior, ressaltou que ele próprio jamais entregou qualquer valor a Sérgio Cabral. Segundo ele, quem tratava diretamente de pagamentos era o ex-dirigente da Federação das Empresas de Ônibus (Fetranspor), José Carlos Lavouras, atualmente no Exterior, foragido da Justiça. Jacob Barata Filho contou a Bretas que a prática do pagamento de propinas a políticos era muito antiga no estado do Rio de Janeiro, e que ela só não ocorreu durante o governo de Leonel Brizola, que acabou encampando algumas empresas.
O empresário fez questão de desmistificar a informação de que sua família possui grande participação no setor, chegando a ser chamado de "rei dos ônibus". Segundo ele, sua família possui 12% do setor municipal e 5% do intermunicipal. Durante o interrogatório, foi revelado que existe um outro processo, do Ministério Público Federal, que investiga as relações do setor de ônibus com o poder municipal, mas que a investigação está sob sigilo.
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