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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Odebrecht deixa de pagar a credores e reestruturará dívidas de US$ 3 bilhões, vai ficar nas mãos de fundos abutres

A Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) deixou de pagar na segunda-feira (26) os juros devidos aos detentores dos seus bônus e vai renegociar toda a sua dívida externa, que chega a US$ 3 bilhões (R$ 11,6 bilhões, na cotação atual). A construtora contratou um time de especialistas em reestruturação financeira -E. Munhoz Advogados, Moelis & Company e Cleary Gottlieb - para negociar com os credores. Já os principais donos dos títulos contam com a assessoria do banco Rotschild. A Odebrecht deseja que os credores concordem com redução significativa do tamanho da dívida e com um prazo para voltarem a receber os juros dos empréstimos. Os títulos garantidos pela construtora baiana já vem sendo negociados no mercado secundário por apenas 15% do seu valor de face, o que significa que, em sua totalidade, não custam mais de US$ 450 milhões (R$ 1,7 bilhão), montante muito inferior ao da dívida. Ainda não foi batido o martelo, mas é provável que a companhia acabe recorrendo a uma recuperação extrajudicial, o que significa que não pedirá à Justiça para suspender todos os seus pagamentos e continuará honrando débitos com bancos, fornecedores e funcionários. Por outro lado, a recuperação extrajudicial pode facilitar a negociação com os donos dos bônus, que estão espalhados pelo mundo e acabam sendo difíceis de localizar. O mecanismo permite fechar um acordo com credores que representem 60% da dívida e obrigar os demais a seguir os novos termos. 

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