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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

O "porquinho" petista trotskista e delator Antonio Palocci saiu da cadeia em Curitiba e já foi para casa, com tornozeleira

O "porquinho" petista e delator Antônio Palocci Filho deixou a prisão, na sede da Polícia Federal em Curitiba, o berço da Operação Lava Jato, no meio da tarde desta quinta-feira, 29. O ex-ministro da Fazenda e ex-ministro da Casa Civil dos governos petistas, que detonou Lula e Dilma Rousseff em sua delação premiada, passou na sede da Justiça Federal para ter instalado o equipamento de monitoramento judicial em seu tornozelo e voltou para casa, em São Paulo. Dois anos e três meses depois de ser preso, condenado a 9 anos e 10 dias de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, Palocci passa ao cumprir pena provisória em regime prisional semiaberto domiciliar, sob monitoramento. Decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) – a segunda instância da Lava Jato – desta quarta-feira, 28 deu a Palocci o benefício de deixar a cadeia, em Curitiba, onde estava encarcerado desde setembro de 2016. A 8ª Turma Penal julgou recurso de Palocci contra sua condenação na primeira instância e, por maioria, aumentou a pena dada pelo ex-juiz federal Sérgio Moro de 12 anos de prisão para 18 anos. Mas entendeu que, pela delação prestada, poderia cumprir metade dela, 9 anos, em semiaberto diferenciado. Além de ficar em casa, o delator poderá sair durante o dia.

O benefício decorre da delação premiada fechada com a Polícia Federal em Curitiba, em março, e homologada pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4, em junho. Foi o primeiro acordo fechado pela Polícia Federal, sem participação do Ministério Público, após entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal sobre o assunto. Às 10h55 o sistema eletrônico processual da 12ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, responsável pela execução provisória da pena de Palocci, registrou o recebimento da ata da sessão de julgamento de ontem do TRF-4. O juiz federal Danilo Pereira Júnior, titular da vara, despachou às 16 horas determinando que o réu fosse levado pela Polícia Federal para audiência às 17 horas, em que seria instalada sua tornozeleira. Palocci foi levado na viatura da Polícia Federal para o prédio da Justiça Federal, em Curitiba. A equipe policial deixou o delator com seus advogados para a audiência e instalação do equipamento eletrônica. De lá, o ex-ministro seguiu por conta própria para São Paulo, onde reside.

O "porquinho" petista Antonio Palocci é um trotskista, foi membro daquela organização clandestina que a esquerda comunista brasileira tem como icônica, a Libelu (Liberdade e Luta), que ficou famosa nas universidades paulistas, em primeiro lugar a USP, pelas "festas do cabide" que fazia na década de 70. A redação do jornal Folha de S. Paulo é tomada por jornalistas originários da USP e da Libelu, esquerdopatas que fazem defesa do comunopetismo. Antonio Palocci já tinha comandado uma administração muito corrupta na prefeitura de Ribeirão Preto, com rolos enormes em licitações fraudadas, por exemplo, na compra de merenda escolar e na coleta, transporte e destinação final do lixo da cidade. Quando foi para Brasília, levou um grande número de seus comparsas junto. Essa turma alugou uma mansão no Lago Sul, logo chamada de Mansão de Ribeirão Preto, onde a ratatulha de Antonio Palocci fazia suas reuniões de lobismo e negociatas e também comandava festas que eram verdadeiras orgias, com o fornecimento de mulheres pela cafetina Mary Jeanny Corner. A mansão tinha um caseiro, Francenildo Costa. Ele foi chamado à CPI no Congresso para depor, e contou que via Palocci na mansão. Foi denunciado pela vizinha da mansão, jornalista da Rede Globo, cujo marido trabalhava como assessor do senador petista acreano Tião Viana. Francenildo havia dito para o jardineiro da mansão da jornalista global que tinha recebido uma bolada de dinheiro em sua conta na Caixa Econômica Federal, e que pretendia comprar uma casa. Tião Viana avisou Palocci, que avisou seu preposta na presidência da Caixa Econômica Federal, o também trotskista gaúcho Jorge Matoso. Então "estupraram" a conta bancária de Francenildo com a pretensão de demonstrar que ele havia recebido dinheiro para depor contra Palocci. Acontece que o rapaz havia recebido dinheiro do pai, empresário no Nordeste, que acabava de reconhecer sua paternidade. O rol de patifarias, sacanagens e infâmias cometida por essa gente comuno-petista é descomunal.

Preso na madrugada de 26 de setembro, a segunda-feira que antecedeu o primeiro turno das eleições municipais de 2016, o "porquinho" petista trotskista Antonio Palocci foi atingido pelo avanço da Lava Jato nas investigações contra a Odebrecht. A descoberta que “Italiano” registrado em planilhas de propina do grupo era o ex-ministro, responsável por gerenciar uma conta de corrupção que chegou a ter R$ 300 milhões em créditos – segundo os próprios delatores -, ele acabou condenado em um primeiro processo julgado por Moro em julho de 2017 e alvo de outros processos, como o de propinas para Lula na compra de um terreno de R$ 12 milhões para ser sede do Instituto Lula, em São Paulo. Ministro mais poderoso do PT ao lado do bandido corrupto José Dirceu – preso em agosto de 2015 e também condenado na Lava Jato -, Palocci foi um dos fundadores do partido e um dos principais responsáveis pela eleição de Lula em 2002. No governo, foi ministro da Fazenda entre 1º de janeiro de 2003 a 27 de março de 2006 e cotado como possível nome para uma futura sucessão, até ser envolvido no escândalo do caseiro da Mansão de Ribeirão Preto, no lago sul de Brasília, em 2016, em que se apurou um esquema de lobby no governo por empresário de Ribeirão Preto (SP), cidade onde foi prefeito. 

Deputado Federal de 2007 a 2010, foi um dos principais coordenadores da campanha presidencial da mulher sapiens Dilma Rousseff em 2010. Ele o apelidou de um dos seus "três porquinhos" (os outros dois eram os petistas José Eduardo Dutra, ex-presidente do PT e da Petrobras, e José Eduardo Cardoso, ex-ministro da Justiça). No governo, foi ministro Chefe da Casa Civil, até 7 de junho de 2011, quando novamente teve que deixar o cargo por ter o nome envolvido em um escândalo: o das consultorias prestadas por ele e da compra de um imóvel em São Paulo.

Em agosto de 2017, a Justiça Federal abriu a Ficha Individual 700003494790, de execução provisória da pena de Palocci. Nela, o ex-ministro está condenado por envolvimento no acerto e repasse de propinas do grupo Keppel Fels para o PT, em especial para o marqueteiro do partido João Santana, por contratos de navios-sondas para a Petrobrás. O episódio forma um dos capítulos mais extensos da delação de Palocci e incriminam diretamente Lula e Dilma.

No início de 2017, após homologação da mega-delação da Odebrecht, ele iniciou suas tratativas para um acordo com os investigadores da Lava Jato. Enfrentou problemas com o Ministério Público Federal, que considerou que ele não oferecia provas, e revelava poucos fatos novos. Passou a tentar obter uma redução da pena diretamente com a Justiça. Além de declarar diante de Moro que tinha muito a revelar, escreveu em outubro daquele ano a histórica Carta ao PT de desfiliação, após ser atacado por Lula em depoimento. Cirurgicamente montada e retocada, a carta coloca o PT e Lula contra a parede, ao reconhecer que seus dois governos e de sua sucessora foram corrompidos pelo “tudo pode”, pelos “petrodolares”, defende um acordo de leniência para o partido e diz que ele acredita que o ex-presidente, um dia, fará o mesmo.

Duas semana antes, o ex-ministro confessou negociar propinas com a Odebrecht e incriminou Lula ao revelar um “pacto de sangue” entre o ex-presidente e o empresário corrupto e propineiro Emílio Odebrecht, em 2010, em que foi acertado R$ 300 milhões em corrupção ao PT. A estratégia foi buscar diretamente com o juiz uma via alternativa para obter uma redução de pena, ou um limitador, como colaborador da Justiça – paralelamente às tratativas da delação. Sem sucesso nas tratativas com o Ministério Público Federal, Palocci conseguiu fechar acordo com a Polícia Federal em março deste ano. O advogado Tracy Reinaldet costurou uma delação com a polícia para colaborar em cinco frentes de investigações ainda em aberto e no TRF-4 buscou a extensão dos benefícios pela atitude colaborativa do réu. Deu certo.

Em junho, Gebran Neto homologou o acordo, atestando sua legalidade, e suspendeu por três meses o julgamento do recurso contra a condenação de Moro. Após manifestação da Polícia Federal, subscrita pelo delegado Filipe Hille Pace, de que as revelações e elementos entregues foram úteis e estavam sob apuração, o relator da Lava Jato entendeu que Palocci tinha o direito do benefício concedido a outros condenados do caso. A delação de Palocci, homologada por Gebran em junho, tem 18 termos de depoimento que fornecem dados para cinco frentes distintas de investigação da Polícia Federal, em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato. 

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