sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Romero Jucá, derrotado após 24 anos, diz: "Tivemos a crucificação dos políticos"

Derrotado nas urnas após 24 anos de mandato, Romero Jucá (MDB-RR) considera a eleição deste ano como o resultado de uma "crucificação" de sua classe. "A política tradicional foi condenada antes de ser julgada. Os políticos se tornaram bodes expiatórios para os problemas do País", disse o senador. Citado na Lava Jato, o parlamentar afirmou que a operação teve o efeito positivo de sepultar um modelo de loteamento de ministérios, mas declarou que houve excessos de investigadores e da imprensa: "A Lava Jato não pode ser Hitler, que escolheu um adversário, que eram os judeus, para exterminar". Jucá, de 63 anos, continua na presidência nacional do MDB até a próxima convenção do partido, em março. Ele disse não se arrepender de sua participação no impeachment de Dilma Rousseff e afirmou que o clima da campanha eleitoral pode provocar uma "instabilidade permanente" no País. "O eleitor foi instado a fazer uma condenação da política. Tivemos por parte do Ministério Público e dos veículos de comunicação a criminalização da política. No meu caso, fui muito atacado, mas isso não foi determinante. Foi a conjuntura de Roraima, com a invasão dos venezuelanos, corte de energia e muita compra de voto dos adversários. As pessoas não acreditavam na política e queriam alguma vantagem pessoal para votar", disse ele. E atacou: "Fui atacado com coisas que não eram verdadeiras. Depois, o Ministério Público arquivou grande parte delas. É completamente abissal a diferença entre a acusação leviana e o resultado da investigação. Eu não temo investigação, mas tivemos uma operação irresponsável do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, com delações fabricadas".

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