segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O poste petista Haddad pagou R$ 245 milhões em contratos sob suspeita na prefeitura de São Paulo para empresas do Petrolão

O candidato do PT à Presidência da República, o poste petista Fernando Haddad, lacaio e moleque de recados do presidiário Lula, pagou durante sua gestão como prefeito de São Paulo R$ 245 milhões a empreiteiras envolvidas na Lava Jato, por obras incluídas nos mesmos contratos do túnel que, hoje, ele diz ter suspendido há cinco anos por "indícios de superfaturamento". Os negócios também são investigados por suspeita de cartel, admitido no ano passado pela empreiteira baiana muito corrupta e propineira Odebrecht ao Ministério Público paulista. Dados da Prefeitura mostram que os valores foram repassados pela gestão petista (2013-2016) para os quatro consórcios encarregados de executar o prolongamento da Avenida Roberto Marinho, na zona sul da capital. Os lotes são liderados pelas empreiteiras corruptas e propineiras OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão. Os contratos foram assinados em 2011 pelo ex-prefeito e atual ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), com valor original de R$ 1,98 bilhão. A construção do túnel de 2,4 km até a Rodovia dos Imigrantes está distribuída nos quatro lotes, junto com outras obras viárias, como viadutos, quatro mil moradias populares e trechos de um parque linear. Em fevereiro de 2013, segundo mês de mandato, Haddad decidiu suspender a execução do túnel e manter as demais obras.

Entre as obras concluídas estão o viaduto da Avenida Lino Moraes Leme, entregue em março deste ano, e 430 habitações de interesse social. A maior parte das obras foi executada pelo consórcio liderado pela empreiteira corrupta e propineira OAS, que recebeu R$ 221,9 milhões nos quatro anos da gestão Haddad. As corruptas e propineiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, que têm a maioria dos seus contratos vinculados ao túnel suspenso, receberam R$ 5 milhões e R$ 5,4 milhões, respectivamente. Já o consórcio da Queiroz Galvão recebeu R$ 12,4 milhões.

Foi somente após as acusações de caixa dois para a campanha de 2012 feitas por delatores da Odebrecht e da UTC - parceiras no contrato do túnel da Roberto Marinho - que o poste petista mudou publicamente o discurso sobre a obra. Primeiro começou a dizer que estava sofrendo "retaliações" dos executivos porque "contrariou os principais interesses das empresas" ao suspender a construção do túnel, item mais caro. Depois, já durante a campanha ao Palácio do Planalto e após ser alvo de duas ações (civil e eleitoral) e uma denúncia criminal pelo recebimento de R$ 2,6 milhões de caixa 2 da UTC, Haddad passou a afirmar que suspendeu a obra do túnel por "indícios de superfaturamento" que teriam sido repassados a ele por um secretário. Apesar da afirmação, o petista não solicitou nenhuma investigação ao Ministério Público nem à Controladoria-Geral do Município, criada por ele em 2013 para combater corrupção na Prefeitura. 

No fim do ano passado, a Odebrecht assinou o primeiro de uma série de acordos de colaboração com o Ministério Público de São Paulo no qual afirmou que todos os contratos de obras do chamado Sistema Viário Metropolitano, incluindo os lotes do túnel da Roberto Marinho, foram alvo de cartel das empreiteiras, que combinaram os preços previamente. Segundo a Promotoria, o esquema foi coordenado pelo engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa (2007-2010), e também teve participação do ex-secretário municipal de Infraestrutura e braço direito de Kassab no ministério, Elton Santa Fé Zacarias. Ambos teriam cobrado 5% de propina sobre o valor dos contratos.

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