
A juíza Fabiana Baldino, da 2ª Vara Cível de Rio Grande, homologou na sexta-feira (17) o plano de recuperação judicial da Ecovix, proprietária do Estaleiro Rio Grande. O plano foi aprovado pelos credores em junho, como saída para lidar com dívida de R$ 7 bilhões. O plano prevê o alongamento da dívida por 20 anos, com desconto de 76% nos créditos de credores sem garantia, e a busca por um sócio para tentar retomar as operações na unidade industrial de Rio Grande, que já empregou até 12 mil pessoas. As instalações do estaleiro serão separadas em uma unidade isolada, que será oferecida ao mercado. Os recursos da venda serão usados para pagar as dívidas.
A crise do estaleiro teve início após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, que levou ao cancelamento de encomendas de plataformas pela Petrobras. O estaleiro também é alvo da Operação Greenfield, que apura fraudes em fundos de pensão estatais. O plano de recuperação prevê a emissão de títulos de dívida para os atuais credores. Com voto contrário à aprovação do plano em junho, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal têm, juntos, créditos de R$ 320 milhões, referentes a empréstimos do Fundo de Marinha Mercante. A proposta previa que as duas instituições continuassem emprestando recursos.
O plano de recuperação prevê o ingresso nas atividades portuária, com o uso de parte da estrutura para a construção de terminais, reparos de plataformas e embarcações e processamento de aço para a indústria metalmecânica. O estaleiro Rio Grande foi inaugurado pelo então presidente Lula em 2010, como parte de uma política de nacionalização das encomendas de plataformas e sondas da Petrobras. Ganhou da estatal contratos de US$ 3,5 bilhões (cerca de R$ 13,2 bilhões pela cotação atual) para a construção de plataformas. Da Sete Brasil, criada na mesma época e hoje também em recuperação judicial, recebeu contratos de US$ 2,4 bilhões (R$ 9 bilhões) para a construção de sondas de perfuração de poços petrolíferos.
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