quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Editora Abril entra com pedido de recuperação judicial

O Grupo Abril, responsável por títulos como "Veja" e "Exame", protocolou pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira, 15. O movimento ocorre uma semana depois de realizar uma forte reestruturação de seus ativos, com o encerramento de revistas e um enxugamento de funcionários que deverá atingir um total de 800 vagas. Em comunicado, a companhia informou que o pedido engloba todas as companhias do grupo, incluindo a Dipar Participações e a Tex Courier. “Esse movimento se deve à necessidade do grupo de buscar proteção judicial junto a bancos e fornecedores e, dessa forma, garantir sua continuidade operacional.” O grupo tem uma dívida total de aproximadamente R$ 1,6 bilhão. Há cerca de três semanas, a consultoria americana Alvarez & Marsal assumiu o comando do dia a dia da companhia. Entre os títulos encerrados dentro da reestruturação anunciada na semana passada estão revistas femininas, como "Elle" e "Cosmopolitan", e dedicadas ao setor de decoração, como "Casa Claudia", "Arquitetura" e "Minha Casa". A "Boa Forma" também deixará de circular. Na semana passada, a empresa informou que continuarão a circular 15 títulos, entre revistas impressas e sites. Entre eles estão “Veja”, “Exame”, “Claudia”, “Vip”, “Você S/A” e “Superinteressante”.

A Abril vem em um processo de reestruturação que já dura cerca de um ano. Em outubro do ano passado, a empresa Legasi (antiga 44 Capital) começou um processo de cortes com o objetivo de reduzir o endividamento do grupo. O prejuízo da empresa no ano passado foi superior a R$ 330 milhões, de acordo com relatório da PriceWaterhouseCoopers. Uma das medidas da Legasi foi a mudança da sede da empresa, para reduzir custos. Conhecida por assumir negócios em dificuldades, como a Casa & Vídeo e a Brasil Pharma (negócio de farmácias do BTG), a Alvarez & Marsal colocou um executivo próprio - Marcos Haaland - como presidente da Abril, há cerca de três semanas. Com a entrada de Haaland, Giancarlo Civita, neto do fundador do grupo, deixou a presidência do grupo. Ele havia assumido o comando da companhia em março deste ano, após duas trocas de liderança em quatro meses.

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