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sábado, 4 de agosto de 2018

Cantor símbolo da Revolução Sandinista deixa Nicarágua por temer represália


O cantor e compositor Carlos Mejía Godoy, de 75 anos, se somou à onda de nicaraguenses que fugiram da repressão do governo do comuno-sanidnista Daniel Ortega e buscaram refúgio na vizinha Costa Rica. "Tinha de sair da Nicarágua porque minha vida estava em perigo", afirmou Mejía, que se dedicou nos últimos três meses a compor canções para as vítimas do governo Ortega: "Tive de sair sem avisar ninguém, de maneira emergencial. Me recomendaram que abandonasse o país o quanto antes". Durante os anos 1970 e 1980, Mejía era "o cantor" da Revolução Sandinista, coliderada por Ortega. Ele compôs não apenas o hino sandinista, "La Consigna", como outras músicas pró-revolução, como "Nicaragua Nicaraguita" e "Las mujeres de Cua". Mas, desiludido, ele mudou o tom após a reeleição de Ortega em 2006. Em uma carta aberta ao presidente, Mejía escreveu: "Daniel, pára com este genocídio agora. Pare com essa barbaridade. Pare de matar. Já". "Meus problemas de segurança são os mesmos que têm todos aqueles que lutamos pela paz na Nicarágua", afirmou ainda o cantor e compositor. Mejia Godoy chama Ortega de "o apocalipse": "Vivemos em um país onde a vida não vale nada, mas as pessoas devem continuar lutando nas ruas". Relatório da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), ligada à OEA (Organização dos Estados Americanos), chamou atenção nesta semana para a fuga de nicaraguenses do país em consequência da violência, com destino principalmente a Costa Rica, Honduras, Panamá e Estados Unidos. Segundo o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), a Costa Rica registra em média 200 pedidos de asilo por dia e, desde abril, já recebeu cerca de 8.000 solicitações do tipo. 

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