O ex-bilionário piramista de papel Eike Batista usou a conta no TAG Bank, no Panamá, da Golden Rock Foundation, subsidiária do grupo X, para repassar a propina de US$ 16,5 milhões pedida pelo ladrão peemedebista Sérgio Cabral em 2010, que resultou agora na condenação de ambos pelo juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato no Rio de Janeiro. Com a assinatura de um contrato para simular a intermediação na venda de uma mina de ouro de Eike Batista, a quantia foi depositada na conta da empresa Arcadia Associados, no Uruguai, que estava em nome de Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson Chebar. Em delação premiada, os dois confessaram terem atuado como operadores financeiros do ladrão peemedebista Sérgio Cabral, mas Renato disse que o responsável por elaborar aquela operação financeira foi Flávio Godinho, ex-executivo de Eike Batista, agora também condenado. Em janeiro de 2017, Malu Gaspar, autora do livro “Tudo ou nada – Eike Batista e a verdadeira história do Grupo X”, escreveu na revista Piauí que, em visita ao escritório do empresário na praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, Sérgio Cabral lhe pediu a propina alegando que “queria de Eike uma espécie de seguro, como pagamento pelo ‘conjunto da obra’ de seu governo em favor das empresas X”. Ela relatou também que “o TAG Bank era considerado seguro pelos executivos do grupo”.
“Foi lá que Eike depositou os recursos recebidos pela venda de uma mina de ferro para uma multinacional em 2008 – dezenas de milhões de dólares que nunca entraram no sistema bancário brasileiro, e por isso estariam fora do radar de eventuais investigações e bloqueios judiciais. Foi dessa mesma conta que saíram 2,3 milhões de dólares do grupo X para a offshore de Monica Moura, mulher do marqueteiro do PT, João Santana. Em maio passado de 2016, o próprio Eike Batista foi ao Ministério Público em Curitiba dar sua versão da história. Segundo ele, no final de 2012, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, o procurou para pedir dinheiro para saldar dívidas de campanhas petistas. Assim como no caso de Sérgio Cabral, forjou-se um contrato de prestação de serviços de consultoria para justificar o pagamento, feito em abril de 2013.
Acontece que, da mesma forma que Guido Mantega e Sérgio Cabral, diversos outros políticos e agentes públicos foram agraciados com o dinheiro da pedra dourada de Eike Batista. Gente que se sentia à vontade para pedir qualquer coisa ao empresário, mesmo que fossem milhões de dólares sem qualquer contrapartida imediata. Por muito tempo, Eike Batista acreditou que esse dinheiro clandestino garantiria a sobrevivência de suas empresas. Agora prestes a ser preso, Eike Batista e sua Golden Rock devem arrastar outros mais, além de Sérgio Cabral, para trás das grades". Que assim seja. (O Antagonista)
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