A Prefeitura de Florianópolis apresentou nesta semana o resultado dos trabalhos da comissão especial para discutir a nova Taxa de Resíduos Sólidos, a chamada Taxa de Lixo. O projeto que ainda precisa ser aprovado pela Câmara, busca estabelecer o equilíbrio econômico entre os custos dos resíduos e o que o município arrecada, além de preparar o sistema de cobrança para implantação por meio de tarifa a partir de 2021. O rol para a nova taxa incluem mais critérios ao já praticado atualmente no município, que tem o valor calculado com base apenas na metragem e frequência. A nova taxa deve levar em consideração o uso do imóvel, se residencial ou comercial; frequência da coleta; área construída; além de incluir também garagens, terrenos vazios e obras em andamento. O projeto também prevê o pagamento por serviços ambientais, que vai remunerar iniciativas que promovam o desvio de resíduos do aterro sanitário através de destinações ambientalmente adequadas. Pemitirá ainda que os grandes geradores possam contratar com empresas privadas o serviço de coleta e destinação final. O que a prefeitura não diz para os moradores de Florianópolis é que a aprovação desta taxa tem um só objetivo, privatizar os serviços de coleta e destinação final do lixo da capital de Santa Catarina. Grandes grupos lixeiros estão interessados, como também grandes empresários catarinenses que dominam a formação da opinião pública no Estado.
“Nós evoluímos bastante desde a última proposta para esta. O objetivo foi o de ampliar para uma distribuição justa de valores”, informou Hélio Leite, coordenador da comissão que elaborou a minuta do projeto. O prefeito em exercício, Katumi Oda (PSD), disse que pretende contar com a base do governo para dar celeridade ao projeto na Câmara e aprovar a medida antes de setembro para vigorar em janeiro de 2019. Para conseguir o equilíbrio financeiro estabelecido pela PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), se fosse implantada hoje, a nova taxa teria uma previsão de arrecadação da ordem de R$ 160 milhões. O valor é mais que o triplo do que o município arrecada anualmente com a taxa de lixo, que este ano foi de R$ 53 milhões.
Segundo Hélio Leite, caberá ao prefeito buscar os meios adequados para que a nova taxa não surja meramente como um aumento de tributos, já que a ampliação da arrecadação para cobrir os custos do setor é essencial. “Na verdade estamos começando uma política de resíduos às avessas. O ideal seria modernizar o sistema e reduzir os custos, mas o que estamos fazendo é o inverso, estabelecendo uma nova cobrança para fazer a modernização do sistema posteriormente”, disse. O vereador Lino Peres (PT), que também acompanhou a apresentação do projeto, disse que pedirá uma reunião ampliada para discutir a matéria no Legislativo e que também aguarda uma manifestação do Conselho Municipal de Saneamento sobre a nova proposta. Nos R$ 160 milhões previstos para arrecadação com a nova taxa estão inclusos o custo da Comcap, do destino final, verba para investimentos, para contratação da Agência Reguladora e para educação ambiental. A área do lixo em Florianópolis é controlada pelo PCdoB, que manda no campinho.
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