O JPMorgan elevou as projeções para o dólar no Brasil e vê a moeda terminando o ano em R$ 3,80, ante R$ 3,60 da estimativa anterior. Os estrategistas do banco veem ainda a moeda norte-americana batendo em R$ 4,00 no final de setembro, ou seja, antes da eleição. A corrida presidencial é definida pela instituição como "altamente incerta" e "sem visibilidade". Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão do JP para 2018 foi cortada recentemente de 2,4% para 1,2% e foi mantida nesse patamar no relatório "Estratégia e Cenário para Mercados Emergentes", divulgado nesta segunda-feira, 16. O JP não espera elevação de juros pelo Banco Central ao menos até o segundo trimestre de 2019, na medida em que o IPCA deve seguir dentro da meta, ficando em 3,9% este ano e 4,3% no ano que vem. O menor crescimento esperado para o PIB é reflexo dos efeitos da greve dos caminhoneiros e das eleições incertas, que estão afetando a confiança de empresários e consumidores. O banco ressalta, porém, que é preciso esperar mais indicadores para se ter uma visão mais clara de como ficará a atividade.
O aumento da tensão comercial entre os Estados Unidos e a China deve ser um fator a pressionar as condições financeiras dos emergentes, alerta o JP. O "efeito colateral" de uma guerra comercial pode ser "significativo", de acordo com o relatório. O banco estima que o aumento da tarifa para 25% em US$ 50 bilhões de produtos chineses importados pelos Estados Unidos pode ter um impacto total no PIB do país de 0,2%. Caso o total de produtos com tarifa mais alta seja elevado para US$ 200 bilhões, como anunciou Donald Trump na semana passada, o JP ressalta que a projeção do PIB chinês pode ser cortada.
Com o cenário externo mais adverso, o JPMorgan destaca que os bancos centrais dos emergentes foram colocados sob pressão, sobretudo para responder ao enfraquecimento de suas moedas. A expectativa do banco norte-americano é que 60% dos Bancos Centrais dos emergentes monitorados pela casa tenham que elevar juros no segundo semestre deste ano. Apesar dos preços baixos em ativos financeiros, a tensão comercial deve limitar qualquer rali nos mercados emergentes, ressalta o documento.
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