Nesta quarta-feira, 4, as ações ordinárias (com direito a voto) da companhia estiveram em forte valorização na Bolsa. A Embraer confirmou, em comunicado enviado à CVM, que as duas empresas continuam mantendo entendimentos, "inclusive por meio do grupo de trabalho do qual o governo brasileiro participa, com vistas a avaliar possibilidades para potencial combinação de negócios, que poderá envolver a segregação das atividades de aviação comercial das demais atividades da Embraer (especialmente área de defesa e aviação executiva)".
"Neste contexto, os entendimentos entre as partes continuam avançando e, quando e se definida a estrutura para combinação de negócios, sua eventual implementação estará sujeita à aprovação não somente do Governo Brasileiro, mas também dos órgãos reguladores nacionais e internacionais e dos órgãos societários das duas companhias. Reiteramos que a companhia manterá seus acionistas e o mercado informados na medida em que o assunto em questão evolua", diz o comunicado da Embraer.
Detentor de uma golden share (ação que dá direito a veto em importantes decisões) na Embraer desde a privatização, em 1994, o governo federal participou das negociações das duas empresas. Ontem, Temer recebeu um panorama de como andam as conversas. O interesse da Boeing é reforçar, com a aquisição, sua atuação na aviação comercial de médio porte, segmento no qual a Embraer figura entre as três maiores fabricantes mundiais. O acordo, que envolve, por exemplo, a fabricação de aviões de 150 lugares, está em negociação desde o ano passado, quando a Airbus surpreendeu o mercado global ao anunciar a compra de 50,1% do programa de jatos comerciais da Bombardier.
Depois de concretizado o negócio com a Boeing, a marca Embraer usada nos jatos comerciais deixaria de existir, permanecendo apenas nas aeronaves produzidas pela Embraer Defesa, como o KC 390 e o Tucano. A proposta de associação prevê que Embraer Defesa detenha participação minoritária na receita da nova empresa, criada a partir da junção da Embraer com Boeing.
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