segunda-feira, 30 de julho de 2018

Estados Unidos acusam o ditador comuno-bolivariano sandinista Ortega e primeira-dama pela violência na Nicarágua


Um comunicado da Casa Branca emitido nesta segunda-feira, 30, responsabiliza o novo Anastacio Somoza Garcia, o ditador bolivariano da Nicarágua, Daniel Ortega, e a primeira-dama e vice-presidente, a também comuno-bolivariana Rosario Murillo, pela violência que atinge o país nos últimos meses. "Ortega e Rosario são responsáveis, em última instância, pelos grupos parapoliciais pró-governo que brutalizaram seu povo", diz a nota. No documento, a Casa Branca aponta medidas adotadas pelo governo americano, como a sanção a três funcionários nicaraguenses. O texto sugere que a punição é "o início e não o fim de potenciais sanções". Além disso, Washington revogou ou restringiu a concessão de vistos a funcionários nicaraguenses que tenham qualquer relação com a repressão aos protestos ou atos de violência.

A nota ainda afirma que a Casa Branca tramitou a devolução de automóveis que foram doados à Polícia Nacional da Nicarágua. Tais veículos teriam sido utilizados na repressão violenta aos protestos. Na semana passada, a Câmara dos Estados Unidos havia defendido mais sanções contra o governo Ortega. Os legisladores aprovaram, por aclamação, a resolução "H. RES. 981", condenando "a perseguição e os assassinatos de manifestantes pacíficos" por parte das autoridades nicaraguenses e pediu ao governo do presidente Donald Trump que sancione os responsáveis pela violência. "O texto pede aos Estados Unidos que continuem condenando as atrocidades na Nicarágua, exijam a libertação dos detidos injustamente e identifiquem as pessoas que participam desta violência para que sejam submetidas às sanções previstas na lei Global Magnitsky".

No dia 5 de julho, Washington sancionou três funcionários nicaraguenses ligados a Ortega com base na lei Global Magnitsky, que permite aos EUA punir indivíduos que atentem contra os direitos humanos ou pratiquem atos de corrupção em outros países. A resolução aprovada pela Câmara também prega a realização de eleições "livres, justas e sob uma observação internacional crível" na Nicarágua, conforme exigem os manifestantes. Ainda na semana passada, o vice-presidente americano, Mike Pence, exigiu de Ortega o fim da violência no país, que afirmou ser "patrocinada pelo Estado". Em uma mensagem publicada pelo Twitter, Pence reiterou o pedido pela antecipação das eleições presidenciais previstas para 2021. 

No final da semana, milhares de nicaraguenses marcharam em desagravo aos bispos do país, acusados de "golpistas" pelo governo. Em união sem precedentes, cristãos católicos, evangélicos e até mesmo não fiéis caminharam juntos por Manágua. Os bispos foram ameaçados, receberam insultos e agressões por diversas partes do governo de Ortega. O caso mais grave aconteceu quando paramilitares atacaram a paróquia da Divina Misericórdia, onde estudantes se refugiavam durante o desalojamento de uma universidade próxima. A Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN) tem sido mediadora e apresentou uma proposta de antecipar para 2019 as eleições previstas para 2021. O governo considerou a proposta uma tentativa de golpe de Estado. Em entrevista ao canal de TV americano Fox News, Ortega descartou de maneira categórica a possibilidade de renunciar ao cargo.

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