Um total de 158 membros da Igreja Católica chilena - entre bispos, padres e laicos - são investigados como autores ou acobertadores de abusos sexuais contra menores e adultos que se estenderam por quase seis décadas, segundo uma lista revelada pela Procuradoria Nacional. Os casos se referem a 144 investigações sobre fatos ocorridos desde 1960 até a presente data e envolvem 178 meninos, meninas e adolescentes, segundo dados repassados à imprensa pelo procurador Luis Torres, diretor da divisão especializada em Direitos Humanos, Crimes Sexuais e Violência de Gênero da Procuradoria chilena. "A maioria dos fatos denunciados corresponde a crimes sexuais cometidos por padres ou pessoas ligadas a estabelecimentos de ensino", aponta o cadastro entregue nesta segunda-feira, 23. O Ministério Público explicou que foram incluídos no levantamento todos que faziam parte do clero no momento da prática dos crimes - bispos, padres ou presbíteros e diáconos -, bem como "pessoas pertencentes à vida consagrada", ou seja, "freiras, monges, frades e religiosos". O cadastro também inclui "leigos que exerciam alguma função na esfera eclesial", como os coordenadores das áreas pastorais das escolas. Dos investigados, 74 não pertencem a nenhuma congregação religiosa, enquanto 65 são, em sua maioria, membros dos salesianos e maristas. A investigação também identifica 10 leigos.
Sobre as vítimas, 178 delas são crianças e adolescentes; 31 adultas e "58 sem especificação, relacionadas a casos notificados" antes da vigência da Reforma do Processo Penal, que começou a operar no Chile no ano 2000. Atualmente, existem 34 investigações em andamento com processos pendentes e 107 já foram concluídas. Em 23 dos casos houve condenações e um caso terminou em absolvição. O papa Francisco aceitou a renúncia de cinco bispos chilenos, quatro deles acusados de encobrir os abusos sexuais cometidos por padres. O pontífice criticou duramente a hierarquia da Igreja chilena pelo tratamento dado às denúncias das vítimas
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