O arcebispo de Santiago, cardeal Ricardo Ezzati, foi denunciado nesta terça-feira pela procuradoria de Rancagua e convocado a depor, no próximo dia 21 de agosto, por encobrimento de abusos sexuais perpetrados pelo clero chileno. "Reafirmo meu compromisso e o da Igreja de Santiago com as vítimas, com a busca da verdade e com o respeito à justiça", declarou Ezzati ao confirmar a denúncia, acrescentando que "jamais encobri ou obstrui a justiça". A Igreja Católica chilena vive um autêntico calvário em razão das denúncias de vítimas de abusos sexuais que envolvem dezenas de pessoas, entre bispos, padres e leigos. De 1960 até agora, o Ministério Público chileno tem conhecimento de 266 vítimas - sendo 178 meninos, meninas e adolescentes - que sofreram abusos sexuais de membros da Igreja católica chilena. Atualmente, existem 34 investigações em andamento com processos pendentes e 107 já foram concluídas. Em 23 dos casos houve condenações e um caso terminou em absolvição.
O papa Francisco aceitou a renúncia de cinco bispos chilenos, quatro deles acusados de encobrir os abusos sexuais cometidos por padres. O pontífice criticou duramente a hierarquia da Igreja chilena pelo tratamento dado às denúncias das vítimas. Na semana passada foi preso o padre Óscar Muñoz, braço direito de Ezzati no arcebispado de Santiago, acusado de violentar sete menores.
Padre Oscar Muñoz, abusador, preso na semana passada, braço direito do cardeal Ezzati |
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