Mais rico e populoso estado americano, a Califórnia é conhecida por seu protagonismo tecnológico e capacidade de promover inovação em diferentes setores da economia com repercussão direta no resto do planeta. Ao se tornar o primeiro estado dos Estados Unidos a tornar obrigatória a instalação de energia solar em todas as novas residências (a medida entra em vigor em 2020), a Califórnia dá um gigantesco passo para popularizar essa fonte de energia limpa e renovável num ritmo sem precedentes. Pelas novas regras — aprovadas por consenso pela Comissão Estadual de Energia —, os sistemas fotovoltaicos poderão ser instalados individualmente (em cada unidade separadamente) ou coletivamente (uma única instalação abastecendo várias construções ao mesmo tempo). A novidade deverá encarecer as construções entre US$ 8.000 (R$ 31 mil) e US$ 12 mil (R$ 46,5 mil), mas o resultado compensa. Calcula-se que o custo adicional das parcelas de uma hipoteca padrão (de 30 anos) seria de cerca de US$ 40,00 (R$ 155,00) mensais.
Por outro lado, a economia estimada no consumo de energia para aquecimento, refrigeração e iluminação dos ambientes seria de aproximadamente U$ 80,00 (R$ 310,00) mensais, o que confirma a inteligência do investimento. Um sinal de que o mercado já “precificou” a guinada da Califórnia na direção da energia solar é que os principais representantes do setor construtivo apoiaram as novas regras. Já os fabricantes do kit solar (são várias peças e equipamentos) festejam a projeção de crescimento de 44% na demanda. A Califórnia já tem uma lei em vigor determinando que pelo menos 50% de toda a energia consumida no estado venha de fontes limpas e renováveis até 2030. Há uma revolução em curso quando se considera a popularização das baterias capazes de armazenar a energia solar (a Tesla, de Elon Musk, já lançou os modelos powerpack e powerwall), permitindo que o usuário se beneficie mesmo quando o sol não estiver brilhando no céu. Na prática, essas baterias (desenvolvidas justamente na Califórnia) significam a autonomia energética do usuário, que não dependerá, como hoje — talvez apenas em circunstâncias extremas —, das redes de distribuição.
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