O Brasil atingiu a marca de 208,4 milhões de habitantes em 2018, segundo estimativa do IBGE divulgada nesta quarta-feira (24). O dado é uma projeção com base no levantamento populacional do Censo de 2010. A população brasileira em 2018 teve aumento de 0,38% (ou 800 mil pessoas) em relação ao contingente de 2017, quando era de 207,6 milhões. O dado mais recente mostrou que o crescimento populacional tem desacelerado. Ou seja, a cada ano a população cresce menos. De 2016 para 2017, o crescimento havia sido de 1,6 milhão de pessoas, o dobro do registrado agora na passagem de 2017 para 2018. Alguns motivos levam a essa desaceleração. O principal é a redução da taxa de fecundidade. Além disso, as mulheres estão engravidando mais tarde, e a relação entre idosos e jovens está diminuindo.
O IBGE estimou que a população crescerá pelos próximos 29 anos, até 2047, quando deverá atingir 233,2 milhões. Nos anos seguintes, estima o instituto, a população cairá gradualmente, até chegar a 228,3 milhões em 2060. O instituto fez uma série de projeções de longo prazo. A expectativa é que até 2060, por exemplo, a população com mais de 60 anos mais que dobre de tamanho e atinja 32% do total dos brasileiros. Esse indicador em 2018 está em 13%. Movimento contrário ocorre na população de crianças de até 14 anos, que atualmente representa 21% do total e que, em 2060, representará 15%. O confronto desses dois indicadores mostra o envelhecimento da população.
Em 2060, portanto, o país terá mais idosos do que crianças. Se comparadas ano a ano, as mudanças são tímidas. Num prazo mais longo, porém, os dados não deixam dúvida. Em 2060, um quarto (25%) da população terá mais de 65 anos, estima o instituto. O Rio Grande do Sul é o estado que primeiro experimentará uma proporção maior de idosos em relação às crianças. Essa reversão se dará em 2029. Quatro anos mais tarde será a vez de Rio de Janeiro e Minas Gerais. Os estados do Sul e Sudeste apresentam atualmente populações mais velhas do que os do Norte e do Nordeste, por exemplo. A idade média da população em 2018 é de 32,6 anos. O estado mais jovem é o Acre, com idade média de 24,9 anos. O Rio Grande do Sul é o mais envelhecido, com 35,9 anos.
O motivo para o envelhecimento geral é que a expectativa de vida experimentou melhora na última década, enquanto a fecundidade caiu gradativamente. Atualmente, a expectativa de vida ao nascer é de 76,2 anos. Em 2060, será de 81. Segundo o demógrafo do IBGE, Tadeu Oliveira, a redução da fecundidade está associada ao aumento da participação da mulher no mercado de trabalho. Elas têm dado cada vez mais prioridade aos estudos ou à carreira e têm postergado a maternidade. A evolução tecnológica, que permite às mulheres engravidarem mais tarde, também tem impacto nos dados. Em 2010, a idade média em que as brasileiras engravidavam pela primeira vez era de 26,5 anos. Em 2018, o número está em 27,1 anos. Em 2060, chegará aos 28,8 anos de idade. Atualmente, a taxa de fecundidade é de 1,77 filho por mulher. Em 2060, esse número será de 1,66. Em 2018, o país teve mais 1,6 milhão a mais de nascimentos do que mortes (até 1º de julho, data de referência da pesquisa). Apesar da expectativa de vida maior em 2060 frente a 2018, a relação entre nascimentos e óbitos sofrerá reversão no futuro. O país terá, em 2060, 736 óbitos a mais do que nascimentos, segundo estimativa do IBGE.
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