Com aval do senador Romero Jucá (RR), presidente nacional do MDB, deputados federais e estaduais do partido de Minas Gerais dissolveram nesta segunda-feira, 16, a direção do partido no Estado e retiraram do cargo o vice-governador e pré-candidato ao governo mineiro, Antônio Andrade. A manobra abriu caminho para os emedebistas desistirem de uma candidatura própria a governador - três nomes ainda se colocam como postulantes ao governo pelo partido - e favoreceu o governador Fernando Pimentel (PT), que é adversário político de Andrade.
Segundo o novo presidente do MDB mineiro, deputado Saraiva Felipe, o principal objetivo da legenda será eleger uma grande bancada de deputados estaduais e federais. Para isso, o partido vai abrir negociação com tanto com Pimentel quanto com o senador Antonio Anastasia, pré-candidato do PSDB ao governo. “Não tínhamos diálogo com ninguém. Estamos lutando para sobreviver. Vou conversar com todos os partidos. Vamos dialogar com todo mundo. Não excluímos ninguém: PSDB, DEM e PT”, disse Saraiva Felipe. A manobra favoreceu o grupo do MDB, que já foi próximo de Pimentel. Desde que o processo de impeachment foi instaurado na Assembleia Legislativa, a relação entre emedebistas e petistas está estremecida. O grupo que está mais próximo de Antônio Andrade rejeita a possibilidade de se coligar com o PT.
A bancada emedebista não descarta a possibilidade de coligar com os petistas, mas o deputado federal Fábio Ramalho (MDB), afirmou que os pedidos foram feitos com o objetivo de dar mais liberdade de formação de coligação para o MDB. Em carta, os parlamentares do MDB alegaram que Andrade “não busca construir um cenário eleitoral que, além de competitivo nas eleições majoritárias, possa viabilizar a eleição de expressivas bancadas”. “O Antônio Andrade fala que quer levar a decisão da candidatura para a convenção, mas só está anotando os diretórios que votam nele”, declarou o deputado estadual, Iran Barbosa (MDB). Segundo ele, a ideia de dissolver o diretório estadual é unicamente para fortalecer a pré-candidatura do presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes.
O parlamentar explica que muitos diretórios que seriam leais a Adalclever Lopes teriam ficado de fora dos registros para a convenção. “Estamos tirando ele (Andrade) da presidência, para poder publicar o diretório de todo mundo e ir para o voto”, afirmou. De acordo com os parlamentares, o estatuto do partido prevê a dissolução do comando do partido, caso mais da metade do diretório peça renúncia. Na quinta-feira, foi entregue ao presidente nacional do partido, Romero Jucá, um documento em que 55 dos 87 membros do diretório nacional, renunciaram. No documento, foi indicada uma comissão para comandar o diretório mineiro da legenda. Por meio de nota, a diretoria estadual do MDB afirmou que não foi recebido nenhum pedido de renúncia de qualquer membro do diretório. Além disso, a estratégia foi classificada como “fraude”, já que não existiria no estatuto do diretório a previsão de dissolver a presidência do partido. “Estes parlamentares estão interessados em uma nova aliança com o PT e não respeitam o desejo da maioria”, declarou a diretoria na nota.
O deputado estadual Iran Barbosa descartou qualquer possibilidade de que o MDB forme uma coligação com o PSDB. “É só jogar uma bomba atômica no MDB que formamos a coligação com o PSDB”, afirmou o deputado. Barbosa ainda acrescentou que a aliança com os tucanos é ainda mais rejeitada que a possibilidade de uma união com o PT. Rivais históricos em Minas Gerais, os emedebistas sempre foram marcados por fazer oposição aos governos de Aécio Neves e Antônio Anastasia.
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