quinta-feira, 14 de junho de 2018

Vice-presidente do grupo BRF reclama que não tem para onde vender, depois de ser pego em crimes em suas unidades industriais

O vice-presidente global de eficiência corporativa da BRF, Jorge Lima, fez nta terça-feira, 12, uma análise crítica da situação vivida pela empresa seja no mercado interno ou no internacional. Em audiência pública no Senado para discutir os impactos da atuação da BRF no Estado de Goiás, Lima disse que os embargos impostos por outros países ao Brasil têm feito a empresa recuar.


"Temos sofrido um ataque de outros países que nos faz recuar. Não temos mais para onde vender", disse. Segundo ele, a empresa vai reduzir a quantidade de peru no Brasil e as plantas serão readequadas à realidade. "Estamos fazendo o possível e o impossível para evitar fechamento de planta. Vamos reduzir a produção de peru por não ter onde vender", afirmou. Lima reclamou sobre a propaganda feita na Europa contra a carne brasileira, o que ele chamou de "um absurdo". O executivo informou que o problema atualmente para a empresa é a produção de frango e peru. "Essa cadeia de perus vai estourar, temos que parar", disse. Ele informou que estão sendo analisados o reaproveitamento de empregados nesse momento.

O executivo lembrou que a decisão anunciada pela China na semana passada, que aplicou medidas antidumping contra a carne de frango do Brasil, com tarifas que variam de 18,8% a 38,4%. "A China taxou a gente em 38%, isso inviabiliza a exportação", disse afirmando que a empresa não deixará de cumprir contratos com parceiros. Ele avaliou que a "guerra entre os países está declarada com o agronegócio". "Vim aqui para falar a verdade da situação. Vamos mexer em linhas para evitar o fechamento de plantas", afirmou. Em seguida, informou que as mudanças por enquanto só afetam linhas de peru em Mineiros (GO). "Não temos nem tabela (de frete) para estabelecer o custo logístico", reclamou o executivo, para quem a greve dos transportes teve um efeito "profundo" para o setor.  

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