
Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Donald Trump, vão se reunir em um terceiro país, anunciou nesta quarta-feira, 27, o Kremlin, após uma reunião entre Putin e o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton. A última vez que os dois líderes se encontraram foi em novembro de 2017. "O que eu posso dizer é que chegamos a um acordo para realizar uma cúpula. Já decidimos a data e o local, que serão anunciados na quinta-feira", disse o conselheiro do Kremlin, Yuri Ushakov. "Essa reunião será realizada em um terceiro país. Muito prático tanto para a Rússia quanto para os EUA", explicou. As relações entre Moscou e Washington, tensas em razão da guerra na Síria, da crise ucraniana e das acusações de interferência russa na eleição presidencial americana de 2016, nunca estiveram tão ruins desde o fim da Guerra Fria. A visita do conselheiro americano "dá esperança quanto a um restabelecimento das relações plenas entre os nossos Estados", declarou Putin ao receber Bolton no Kremlin. "Infelizmente, as relações russo-americanas não estão em melhor nível", lamentou o presidente russo, considerando que resulta "em grande parte do resultado da dura luta política interna nos EUA". "A Rússia nunca quis o confronto", disse Putin, insistindo que quer restaurar "relações plenas, com base na igualdade e no respeito mútuo". "Espero que possamos, como nas negociações com seus colegas, discutir a possibilidade de melhorar a cooperação entre a Rússia e os EUA", respondeu Bolton. "No passado, quando nosso países tinham suas diferenças, nossos líderes e seus conselheiros se reuniam e acredito que será benéfico para ambos os países, benéfico para a estabilidade mundial", acrescentou.
De acordo com Ushakov, a cúpula entre Trump e Putin pode incluir uma reunião, um almoço de trabalho, uma entrevista coletiva conjunta e a publicação de uma "declaração comum que possa indicar as próximas fases para melhorar as relações bilaterais". O encontro será observado em detalhes, especialmente após as acusações de interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, o que Moscou nega. A reunião pode ocorrer em uma capital europeia, antes ou depois da cúpula da Otan, marcada para 11 e 12 de julho em Bruxelas, segundo a mídia russa e estrangeira.
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