A direção da gigante automobilística francesa PSA, proprietária das marcas Peugeot, Citroën, Opel e DS, anunciou nesta terça-feira, em Paris, que vai suspender suas atividades no Irã em razão dos riscos provocados das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos. A decisão vai na mesma linha da adotada por outra multinacional francesa, a petrolífera Total. A retirada das empresas representa um duro revés à estratégia de resistência econômica de França, Alemanha e Reino Unido às represálias anunciadas por Donald Trump após o rompimento do acordo nuclear assinado com Teerã.
Em um comunicado, a companhia confirmou que vai interromper suas atividades, iniciadas em 2015, após o fim das sanções internacionais. Desde então, o Irã havia se tornado o maior mercado estrangeiro para as montadoras do grupo, com 445 mil veículos vendidos, à frente de mercados como China e Reino Unido. O total negociado ainda era pequeno, em relação ao movimentado em todo o mundo – 1% –, mas as perspectivas eram de crescimento. Mesmo assim, a direção informou que suspenderá os acordos em vigor até nova ordem. “Após a retirada americana do acordo nuclear o grupo começou o processo de suspensão de suas atividades, a fim de se conformar à lei americana até 6 de agosto de 2018”, afirmou a multinacional em comunicado.
O anúncio ameaça a credibilidade da iniciativa lançada pelo governo de Emmanuel Macron, que tentava articular uma frente comum com Alemanha, Reino Unido e União Europeia, para resistir à pressão econômica representada pelas sanções americanas. Mas a ofensiva europeia encontra várias barreiras pelo caminho. A primeira delas é falta de mobilização do governo de Angela Merkel, na Alemanha, para enfrentar as represálias americanas. Como a economia do país é muito dependente das exportações, e como os EUA são o seu mercado prioritário fora da Europa, a opção de tentar responder às sanções colocaria em risco o equilíbrio econômico do país.
Em um comunicado, a companhia confirmou que vai interromper suas atividades, iniciadas em 2015, após o fim das sanções internacionais. Desde então, o Irã havia se tornado o maior mercado estrangeiro para as montadoras do grupo, com 445 mil veículos vendidos, à frente de mercados como China e Reino Unido. O total negociado ainda era pequeno, em relação ao movimentado em todo o mundo – 1% –, mas as perspectivas eram de crescimento. Mesmo assim, a direção informou que suspenderá os acordos em vigor até nova ordem. “Após a retirada americana do acordo nuclear o grupo começou o processo de suspensão de suas atividades, a fim de se conformar à lei americana até 6 de agosto de 2018”, afirmou a multinacional em comunicado.
O anúncio ameaça a credibilidade da iniciativa lançada pelo governo de Emmanuel Macron, que tentava articular uma frente comum com Alemanha, Reino Unido e União Europeia, para resistir à pressão econômica representada pelas sanções americanas. Mas a ofensiva europeia encontra várias barreiras pelo caminho. A primeira delas é falta de mobilização do governo de Angela Merkel, na Alemanha, para enfrentar as represálias americanas. Como a economia do país é muito dependente das exportações, e como os EUA são o seu mercado prioritário fora da Europa, a opção de tentar responder às sanções colocaria em risco o equilíbrio econômico do país.
Além disso, a ideia de rever o “escudo jurídico” criado em 1996 para defender a Europa das represálias dos EUA teria efeitos limitados. Por fim, a hipótese de transformar o Banco Europeu de Investimentos (BEI) na entidade que financiaria as empresas europeias em euro não cobriria o volume de comércio das empresas do continente. O elemento que deixa os EUA em posição de força em relação à Europa é o dólar como moeda de referência do comércio internacional. Como o sistema financeiro americano financia empresas de todo o mundo, as transações passam por câmaras de compensação em solo americano, e essa situação deixa companhias europeias e de outros país países à mercê de sanções “extraterritoriais" – ou seja, aplicáveis em outras partes do mundo.
Essa situação levou a Total a anunciar sua retirada do Irã, seguida agora de PSA. Outras empresas francesas e europeias, como Renault, Airbus, Sanofi e Accor, também estudam alternativas. Para Pascal Perrineau, diretor do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas, de Paris, a questão por trás do impasse diz respeito à capacidade da Europa de ditar os próprios interesses econômicos.
“O que ocorre é que a soberania econômica do nosso país está em questão. Seria uma Europa vassala dos EUA, que seria mais dependente dos americanos do que durante da Guerra Fria”, entende. “Na Guerra Fria aceitávamos fazer concessões comerciais a Washington, pois os EUA nos protegiam. Não precisamos mais da proteção americana. Mas a vontade de Trump de empurrar as leis extraterritoriais, a vontade de punir, corre o risco de se impor.” Para Perrineau, se a Europa ceder, perderá espaço no Irã para grupos da China, menos sensíveis às pressões americanas do que a Europa. Segundo Sébastien Jean, economista e diretor do Centro de Pesquisa e Expertise sobre a Economia Mundial, empresas como Total e PSA não podem evitar o dólar e os bancos americanos para financiar suas atividades. “É uma questão de soberania econômica que está colocada, pois somos dependentes dos EUA”, explica: “Estamos em um jogo de forças políticas, e esse não é o domínio em que a Europa é mais forte, pois não é por definição um Estado, mas um bloco de Estados, que nem sempre têm coesão".
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