O Federal Reserve elevou a taxa de juros base da economia americana, os Fed funds, em 0,25 ponto porcentual, para a faixa entre 1,75% e 2,0%. A decisão desta quarta-feira, 13, foi unânime (8 a 0) e marca a segunda elevação no ano de 2018. A taxa de desconto também foi elevada em 0,25 ponto porcentual, para 2,50%. Além do aumento desta quarta-feira, o banco central americano também sinaliza que são esperadas mais duas altas para este ano. A maioria dos dirigentes do Fed prevê que os juros da economia americana chegarão ao final deste ano na faixa entre 2,25% e 2,50%, apontou o gráfico de pontos da instituição divulgado logo após a decisão de política monetária da instituição.
Assim que divulgada, a decisão do Fed causou impactos no Brasil. O dólar à vista reverteu a baixa que mostrava no decorrer da manhã e passou a subir, renovando máximas. Às 15h30, a moeda americana era negociada a R$ 3,733, alta de 0,52%. A Bolsa, também às 15h31, caia 2,34%, aos 71.053,79 pontos. No entanto, na medida em que o dólar passou a acelerar os ganhos ante o real, o Banco Central anunciou a terceira intervenção do dia, um leilão de contratos de swap cambial no valor de US$ 1 bilhão, colocando dinheiro "novo" no mercado. Os três leilões injetaram US$ 4,5 bilhões. Com isso, a moeda arrefeceu a valorização e terminou o pregão perto da estabilidade, em leve alta de 0,03%, cotada a R$ 3,7155. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 subiu de 7,155% para 7,230% e a do DI para janeiro de 2020 encerrou a 8,88%, de 8,67% ontem no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2021 terminou em 9,94%, de 9,75%, e a do DI para janeiro de 2023 fechou em 11,35%, de 11,19%. A taxa do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,80% para 11,86%.
Um dos fatores que mais pesaram para o aumento da taxa de juros dos EUA é o mercado de trabalho local. Informações recebidas pelo Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed entre a reunião de política monetária de maio e o encontro desta quarta-feira indicam que o mercado de trabalho continuou a se fortalecer e a atividade econômica tem se expandido a um ritmo "sólido", aponta o comunicado da instituição. "Ganhos de empregos têm sido fortes, na média, em meses recentes, e a taxa de desemprego declinou", afirma o Fed. "Dados recentes sugerem que o crescimento de gastos das famílias acelerou, enquanto o investimento em capital fixo de empresas continuou a crescer fortemente." A nota do BC americano comenta ainda que, na base de 12 meses, tanto a inflação nominal quanto a inflação excluindo alimentos e energia se aproximaram de 2%, ao passo que indicadores de expectativa de inflação de prazo mais longo mudaram pouco, na média. Em seu comunicado, o Fed lembra de seu mandato de garantir máximo emprego, com estabilidade de preços.
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