quarta-feira, 16 de maio de 2018

Delator vai denunciar pacto político entre Carlos Arthur Nuzman e Sérgio Cabral

Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do COB e do Comitê Organizador dos Jogos do Rio-2016, fechou um acordo com o ex-governador do Rio de Janeiro, o ladrão peemedebista Sérgio Cabral, para levar os megaeventos esportivos no País ao Rio como um trampolim para ajudar o político carioca em sua ambição de ser presidente da República. A denúncia será apresentada pelo principal delator nas investigações sobre a compra de votos pelo Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, Eric Maleson. Vivendo nos Estados Unidos em um endereço não revelado, ele participou de uma audiência nesta quarta-feira diante do juiz federal Marcelo Bretas, por meio do Skype. 


O relato de Maleson estará baseado em anos de seu envolvimento direto no COB. Segundo ele, antes mesmo dos Jogos Pan-Americanos de 2007, ele foi informado pela direção do COB da existência de um pacto entre Nuzman e Sérgio Cabral. Os eventos olímpicos seriam levados para o Rio de Janeiro, derrotando pretensões de outras cidades brasileiras. Isso, segundo ele, fazia parte de uma estratégia de usar o COB para garantir uma maior presença do ladrão peemedebista Sérgio Cabral na imprensa e ajudar a "fazer sua imagem" como um líder nacional. Ao escolher o Rio como candidato brasileiro para sediar a Olimpíada, o COB ainda estaria violando uma posição que deveria adotar de neutralidade em relação às demais cidades brasileiras. Segundo Maleson, o esquema montado entre o COB e o governo de Cabral não se limitava a questões financeiras e compra de votos, como já foi denunciado. "O COB e os eventos realizados no Brasil com recursos públicos eram dirigidos a promover um certo candidato", revelou Maleson, que foi um dos cartolas olímpicos do País e presidiu a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo. "Eu tinha três opções: ficar e ser conivente, sair em silêncio ou denunciar. E é isso que eu optei em fazer", explicou o brasileiro.

Foi a partir da delação de Maleson que o esquema de votos para a candidatura do Rio de Janeiro aos Jogos de 2016 foi revelado. O ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo já indicou que seus alertas lançados até mesmo ao COI não tinham surtido qualquer impacto. Sem uma reação satisfatória, a testemunha teria optado por prestar depoimento de forma voluntária ao Ministério Público da França, antes mesmo do início dos Jogos de 2016 no Brasil. Em colaboração com o Ministério Público brasileiro, os franceses lançaram uma ampla operação sobre a compra de votos pelo Rio e sobre o papel de Nuzman como intermediário. O cartola acabou sendo afastado pelo COI e o COB foi suspenso de toda relação com o movimento olímpico. Maleson foi o único membro do COB a votar contra a reeleição do Nuzman em 2012. 

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