segunda-feira, 16 de abril de 2018

"Vamos focar em Eletrobrás e cessão onerosa", diz novo ministro da Fazenda

O ministro Eduardo Guardia, que assumiu a titularidade do Ministério da Fazenda na última terça-feira, estipulou duas grandes prioridades para sua curtíssima gestão, de oito meses e meio. Mas são duas tarefas árduas: conseguir completar o processo de privatização da Eletrobrás em pleno período eleitoral e destravar as negociações de revisão do contrato de cessão onerosa de áreas de petróleo a tempo de programar o leilão de blocos de petróleo ainda para este ano. A estatal e a União negociam há quatro anos sem chegar a um acordo sobre quem paga a quem. Guardia, que até a semana passada era o secretário executivo da Fazenda, o "número dois" de Henrique Meirelles, que deixou o cargo para disputar as eleições, se prepara para uma negociação difícil no Congresso e tenta aplainar o terreno para evitar uma situação fiscal caótica em 2019. Disse ele: "Precisamos focar no que é absolutamente relevante. A privatização da Eletrobrás é extremamente importante, temos que fazer um esforço concentrado para avançar. E não pela questão fiscal, não vou ter problema de meta por causa da Eletrobrás. Se a gente não capitalizar a Eletrobrás, vamos ter problemas com a oferta de energia elétrica. Adiar um problema resulta em um problema maior. A Eletrobras, que responde por um terço da energia do País, está descapitalizada, o que significa que não tem dinheiro para investir. Está alavancada, o que significa que tem dívida que está correndo juros. Cada vez está pior. Estamos sendo pé no chão. Sei que temos uma discussão difícil sobre a Eletrobrás pela frente. Ninguém nega que é uma discussão complexa". Ele continuou com a explanação de sua tarefa: "Deixa eu pegar um exemplo – que não foi bem-sucedido, é verdade – que é a Reforma da Previdência. É uma discussão política difícil, mas entramos nessa discussão sem sequer ter a clareza do problema. Não tenho dúvida de que pode haver resistência política à capitalização da Eletrobras, mas precisamos mostrar o que vai acontecer. Dialogar, dialogar e dialogar. Não tem mágica. Temos que sentar com os líderes e com a base do governo e dizer que é importante. É difícil, mês passado isso ficou um pouco parado, sem quórum nas reuniões. Isso precisa ser retomado. Conversei como o relator do projeto, José Carlos Aleluia. Temos que ser pragmáticos aqui e ter certeza de que o texto está OK. Não podemos ir lá para discutir e ainda termos dúvidas em relação a questões técnicas do texto. Precisamos azeitar isso e estamos muito próximos de ter um acordo para o texto". 

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