Mais de sete meses após deflagrar a Operação Ouvidos Moucos, a Polícia Federal indiciará 23 pessoas suspeitas de desvios de verbas em cursos de Educação a Distância (EaD) na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Entre os nomes estão professores e funcionários da instituição, além de outras pessoas que prestaram à universidade. Essas pessoas serão indiciados pela Polícia Federal pelos crimes de concussão, peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, além de outras tipificações. O relatório parcial do inquérito, assinado pelo delegado Nelson Napp em 18 de abril, não indica o montante que teria sido desviado da UFSC, nem a materialidade das condutas e o nexo de casualidade, que, segundo ele, serão expostos em outro relatório. No documento, juntado aos autos ontem, os indiciamentos estão limitados à tipificação das condutas criminosas e à indicação dos respectivos autores. Após concluir o inquérito por inteiro, a peça será encaminhada ao Ministério Público Federal, que decidirá se denuncia ou não os indiciados pela Polícia Federal.
A Polícia Federal está indiciando Gilberto de Oliveira Moritz, Gabriela Gonçalves Silveira Fiates, André Luis da Silva Leite, Mikhail Vieira de Lorenzi Cancellier, Rogério da Silva Nunes, Roberto Moritz da Nova, Denise Aparecida Bunn, Leandro Silva Coelho, Alexandre Marino Costa, Maurício Fernandes Pereira, Marcos Baptista Lopez Dalmau, Eduardo Lobo, Marilda Todescat, Márcio Santos, Sônia Maria Silva Correa de Souza Cruz, Murilo da Costa Silva, Lúcia Beatriz Fernandes, Aurélio Justino Cordeiro, Luciano Acácio Bento, Maria Bernardete dos Santos Miguez, Erves Ducati, Eleonora Milano Falcão e Roseli Zen Cerny.
A investigação da Policia Federal contou com o apoio de técnicos da Corregedoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União e, entre as tipificações dos indiciados, o relatório da apuração aponta pagamentos de bolsas indevidas, fraude em licitação e direcionamento para contratação de empresas, contratos de trabalho com jornadas fictícias e orçamentos falsos, transações bancárias para dissimular natureza, origem e localização dos valores, entre outros apontamentos. Em um dos itens do relatório parcial, o delegado Nelson Napp afirma que deixou de indiciar o ex-reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo “em razão da extinção da punibilidade”. Cancellier cometeu suicídio em 2 de outubro do ano passado. Mas está indiciado o filho do ex-reitor suicida.
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