Pela Norte-Sul, a VLI atende o transporte de importantes regiões produtoras de grãos do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), nordeste do Mato Grosso, sul do Pará e norte de Goiás, fronteiras agrícolas em que a companhia vê potencial de crescimento. "A safra está começando e deu para sentir que, se não tivéssemos feito o investimento, teríamos ficado para trás", ressaltou o gerente-geral de Agronegócio da VLI, que responde pelas operações do setor em toda a logística sob concessão da empresa, o que inclui os terminais portuários e também a Ferrovia Centro-Atlântica, na região centro-leste do País.
Com os novos vagões, que realizam a carga e descarga de forma mais eficiente e também contam com sistema que reduz o atrito entre as rodas e o trilho, gerando menor consumo de combustível e menos desgaste, a empresa poderá ter no corredor Centro-Norte mais três composições - cada uma delas transporta 7.500 toneladas. Ao todo, a VLI detém quase 2.900 unidades de transporte na região.
Em 2017, a VLI movimentou volume recorde de grãos pela Norte-Sul de 5,8 milhões de toneladas (predominantemente soja), ante 4,2 milhões registrados em 2015 - a empresa não considera 2016 como comparação devido a uma severa quebra de safra naquele ano. Para 2018, a VLI projeta novo crescimento em linha com a safra, que deve ter produtividades recordes na região do Matopiba, segundo informações de produtores e avaliações do Rally da Safra.
Figueiredo não quis estimar o volume projetado de transporte para este ano, mas disse ter muita expectativa com a segunda safra de milho, que deve gerar carga adicional. "Estamos muito otimistas com o potencial da segunda safra este ano. Ano passado foi bem", declarou. Na malha da Centro-Atlântica, a outra concessão da empresa, a VLI consegue "rodar" quase o ano todo contando com a segunda safra, que ainda se desenvolve mais lentamente em regiões como o Tocantins.
Paralelamente, a empresa está fomentando um trabalho junto aos caminhoneiros para que eles percebam que é mais interessante trazer grãos para os terminais ferroviários da VLI do que levar o produto aos portos de exportadores. Segundo o executivo, se o caminhão tiver um frete competitivo, a trading, que contrata o transporte da VLI, vai se interessar e contratar o caminhoneiro para levar o produto para Porto Nacional, por exemplo. "Focamos muito nos últimos anos em investimentos em produtividade para a ferrovia, mas está muito claro que não adianta olhar só o nosso ativo. Estamos tentando focar para atrair mais caminhões".
O investimento total da empresa, que tem como acionistas a mineradora Vale (37,6%), o fundo canadense Brookfield (26,5%), a japonesa Mitsui (20%) e o FI-FGTS (15,9%), é estimado em 9 bilhões de reais em cinco anos até 2019. A operadora de logística também tem feito um trabalho junto a produtores para mostrar as facilidades do transporte ferroviário. Além das novas composições, a VLI ainda passará a operar com uma balsa com maior capacidade de caminhões na travessia do Rio Araguaia, entre o sul do Pará e o Tocantins, em rota inaugurada no ano passado. Os veículos depois trazem o produto até o terminal de Porto Nacional.
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