O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apresentou no domingo (11) ao presidente Michel Temer os nomes de seus secretários Mansueto Almeida (Acompanhamento Fiscal) e Eduardo Guardia (Executivo) para sucedê-lo na pasta caso decida disputar o Palácio do Planalto. Temer já havia sinalizado ao ministro que ambos articulariam juntos sua eventual substituição, mas essa foi a primeira vez que houve um debate concreto sobre assunto, durante reunião no Palácio do Jaburu. O movimento mais assertivo de Meirelles, porém, não define sua candidatura - o presidente não garantiu que o ministro poderá concorrer à sua sucessão pelo PMDB e a decisão do chefe da equipe econômica sobre disputar ou não a eleição de outubro deve ser tomada nos próximos 15 dias. O ministro tem medo de deixar o cargo para viajar o País e tentar aumentar seus números nas pesquisas - hoje ele aparece com apenas 2% - e, em julho, Temer decidir ser candidato à reeleição.
A jogada inviabilizaria o projeto eleitoral de Meirelles e o deixaria em uma espécie de limbo político: estaria fora do governo e filiado a uma sigla que não deu sustentação para sua candidatura. Com o calendário mais flexível - ao contrário do ministro, o presidente não precisa deixar o cargo até abril se quiser se candidatar -, Temer foi evasivo em suas análises sobre as eleições e ainda ponderou que o ministro Dyogo Oliveira (Planejamento) também aparece entre os cotados para a Fazenda, com o apoio do presidente do PMDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR). Apesar disso, auxiliares afirmam que o presidente vai permitir que Meirelles escolha seu substituto caso deixe o posto para concorrer ao Planalto.
Meirelles deve marcar um encontro com Jucá ainda esta semana para sentir a temperatura da indicação e discutir sua possível filiação ao PMDB. O ministro disse a Temer e ao ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral), que também estava na reunião de domingo (11), que seu desejo é ser o candidato do partido à Presidência mas ouviu, mais uma vez, que eles não podem garantir a vaga de antemão. Meirelles está conversando com seus auxiliares próximos antes de bater o martelo sobre sua candidatura. Ele já disse que tem disposição de defender o legado de Temer e ser o nome do governo na disputa, mas esbarrou no desejo do próprio presidente de ser esse candidato.
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