A “história de amor” que se transformou em uma “virulenta disputa judicial” entre o empresário Orlando Diniz, presidente da Fecomércio preso na Operação Jabuti na sexta-feira, e a advogada Daniele Paraíso de Andrade, é pública agora. Eles se conheceram na própria Fecomércio-RJ, no início dos anos 2000, quando ela atuava no departamento jurídico do Senac. Depois viveram em um apartamento de luxo no Leblon, passaram fins de semana em uma bela casa de praia nos arredores de Angra dos Reis e viajaram pelo mundo. Tiveram uma filha, hoje com 5 anos, e celebraram sua união no Taiti, em 2014. Meses depois, a união desandou com acusações de ocultação de patrimônio, barracos públicos e a contratação de advogados de alto gabarito. O fator detonador, segundo os amigos, foi a suspeita de Orlando Diniz de que a advogada o traía. Em um bar no Leblon, ele chegou a partir para cima de um advogado, a quem acusava de ser o amante.
Também destruiu com uma tesoura o equivalente a 71.000 reais de roupas de grife que Daniele havia deixado no apartamento. Eles discutiram sobre a guarda da filha na porta do prédio onde Daniele passou a morar e o bafafá, que levou a criança aos prantos, acabou registrado por policiais como “rixa de casal”. Quando um oficial de Justiça conseguiu entrar no apartamento do Leblon com um mandado de arrolamento dos bens, as peças e obras de arte relacionadas por Daniele não estavam nos locais indicados e a adega estava vazia, assim como o cofre. “Muito da animosidade entre o empresário e a advogada decorre da acirrada disputa financeira travada entre eles. Daniele discute judicialmente a pensão para a filha do casal, que ela quer ver equiparada aos valores pagos aos três filhos do primeiro casamento de Diniz.
Também exige a partilha integral dos bens que usufruíam no período em que estiveram juntos. O problema é que nenhum dos bens listados por Daniele está em nome do ex-marido.” O apartamento, avaliado em 12 milhões de reais, está em nome da empresa Kaelin do Brasil Participações. A casa de praia em Mangaratiba, avaliada em 5 milhões de reais, está em nome do engenheiro que desenvolveu o projeto. “Não quero nada mais do que me é de direito”, informou Daniele por meio de seus advogados. “O patrimônio declarado à Receita Federal é absolutamente incompatível com o padrão de vida mantido por Orlando”, disse a defesa dela em petição à Justiça do Rio, calculando em pelo menos 200.000 reais as despesas mensais de Diniz.
Curiosamente, a esposa do ex-governador preso Sérgio Cabral, a advogada solta Adriana Ancelmo, é quem representa Diniz no processo judicial contra Daniele. A revista teve acesso a notas fiscais que comprovam o pagamento de pelo menos 5 milhões de reais a Adriana em 2015. A assessoria de imprensa de Diniz afirmou que “dados distorcidos de sua vida privada são apresentados tentando influenciar o desfecho do processo” de separação e que ele “é comerciante atuante, tem gastos e patrimônio compatíveis com as suas atividades profissionais e os seus bens e propriedades são declarados anualmente”.
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