Em um sinal de frustração com as políticas antiterrorismo do país, os Estados Unidos resolveram suspender a ajuda financeira para esforços de segurança do Paquistão, nesta quinta-feira (4). Segundo um memorando interno, as transferências foram "congeladas" e não há intenção de retomá-las nesse momento. O Departamento de Estado americano não deu estimativas sobre o valor que será bloqueado, mas informou que a soma é "significativa". É a segunda represália anunciada contra o Paquistão nesta semana: antes, os Estados Unidos já haviam anunciado a retenção de outros US$ 255 milhões em ajuda pela embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, que afirmou que o país faz um "jogo duplo".
A porta-voz da diplomacia americana, Heather Nauert, disse que a retenção inclui o montante anunciado por Haley, mas não divulgou qual será a quantia total. As relações dos Estados Unidos com o Paquistão estão abaladas: no último ano, o presidente Donald Trump criticou a falta de empenho do país em combater redes terroristas que atuam no seu território. Não esquecendo, o terrorista Osama Bin Laden vivia tranquilamente no Paquistão. "Não podemos mais nos calar sobre os locais seguros que o Paquistão garante para as organizações terroristas, os talebans e outros grupos que representam uma ameaça", declarou Trump, em agosto.
Três dias atrás, pelas redes sociais, Donald Trump chegou a afirmar que o Paquistão fez os presidentes americanos "de tolos" e retribuiu apenas com "mentiras e enganações" a ajuda humanitária e financeira de US$ 33 bilhões que o país concedeu nos últimos 15 anos. "Eles dão abrigo aos terroristas que caçamos no Afeganistão, e nos ajudam pouco. Não mais!", escreveu. Os comentários geraram protestos em Islamabad, e fizeram com que o governo paquistanês convocasse o embaixador americano no país, David Hale, para prestar esclarecimentos. O novo anúncio desta quinta-feira (4) tende a acirrar as relações entre os dois países.
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