Após serem informados nesta quinta-feira (23) pela Marinha argentina de que houve uma explosão antes do submarino ARA San Juan desaparecer, os familiares dos tripulantes se revoltaram e disseram ser impossível que alguém tenha sobrevivido. "Não disseram a palavra 'mortos', mas o que se pode entender?" - disse Itatí Leguizamón, esposa de Germán Oscar Suárez, um dos 44 tripulantes do submarino que segue desaparecido.
"Não disseram que estão mortos, mas é a suposição lógica". "Nos dizem apenas que estão a 3.000 metros, não falam mais nada. São uns desgraçados, uns manipuladores", disse ela, referindo-se aos militares, em uma entrevista coletiva improvisada em frente a Base Naval de Mar del Plata, onde estão os familiares.
Segundo ela, o ARA San Juan já passou por problemas em 2014 quando não conseguia emergir da água. "Os mandaram navegar em uma merda", afirmou ela. Logo após serem informados sobre a explosão, os familiares impediram que o resto do comunicado fosse lido pelo porta-voz da Marinha e começaram a quebrar a sala onde estavam.
Imagens do canal de TV argentino "Todo Noticias" mostram muitos familiares deixando o local chorando. Alguns são contidos por militares, enquanto uma mulher se joga no chão. Ambulâncias foram enviadas para atender os familiares. "Mataram o meu irmão, filhos da puta. Mataram o meu irmão porque o fizeram navegar num pedaço de arame", gritou, sem se identificar, um parente que saía do local.
"O mataram, mataram meu filho", gritava ao lado o pai de um dos tripulantes. O submarino argentino ARA San Juan, com 44 tripulantes, está desaparecido desde o último dia 15. A embarcação estava em um exercício de vigilância na zona econômica exclusiva marítima argentina a cerca de 400 km a leste de Puerto Madryn, na Patagônia (sul do país). Ele se dirigia de volta à sua base em Mar del Plata, ao norte, quando as comunicações foram interrompidas.
O San Juan, de propulsão que combina motores a diesel (para uso na superfície) e elétrico (quando submerso), é uma arma de patrulha e ataque com torpedos. Ele é um dos três submarinos à disposição de Buenos Aires. Faz parte da classe TR-1700, construída pela Alemanha a pedido da Argentina. Dois dos seis barcos desse modelo foram entregues, mas o programa não foi adiante.
A embarcação irmã do San Juan, o Santa Cruz, está em atividade. O San Juan foi completado em 1985, e passou por uma longa revisão para lhe dar mais 30 anos de vida útil que acabou em 2013. A Marinha argentina, como suas Forças Armadas de forma geral, passam por um processo de degradação acelerada há muitos anos. Possui 11 navios principais de superfície, 3 submarinos, 16 embarcações de patrulha costeira, entre outros.
A circunstância evoca uma tragédia ocorrida no ano 2000, quando o submarino nuclear russo Kursk sofreu uma explosão no seu compartimento de armas e afundou no mar de Barents - os 118 tripulantes morreram, muitos por asfixia.
Um comentário:
Lamentável acidente sob qualquer aspecto,mas o terrível é que a "turma comunista"estava se debatendo às raias da loucura para IMPEDIR que barcos INGLESES ajudassem nas buscas sob uma argumentação CRIMINOSA de que os ingleses AINDA SÃO OS INIMIGOS.
abraços
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