A Vale fechou o terceiro trimestre de 2017 com lucro de R$ 7,143 bilhões, alta de 287% com relação ao verificado no mesmo período do ano anterior. O resultado foi provocado por uma combinação de preços altos, recorde de produção e corte de custos. A empresa também contou com a apreciação do real ante ao dólar no trimestre, que reduziu o custo da dívida da companhia na moeda norte-americana e contribuiu com R$ 2,9 bilhões no resultado.
Em 2017, o lucro acumulado da empresa chega a R$ 15,1 bilhões, alta de 29% com relação ao verificado nos nove primeiros meses de 2016. "No terceiro trimestre, a Vale bateu recordes na produção de minério de ferro, na produção de carvão e na produção de cobre na mina de Salobo", destacou, em vídeo o diretor financeiro da companhia, Luciano Siani.
A produção da empresa atingiu 95,1 milhões de toneladas de minério, seu recorde trimestral. Já a média de preços do minério com 62% de ferro foi de US$ 70,9 por tonelada, alta de 12,7% ante o trimestre anterior, respondendo o crescimento da produção de aço na China. Com isso, a empresa registrou alta de 31% na receita, que chegou a R$ 28,6 bilhões. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) teve alta de 37,49%, para R$ 13,25 bilhões.
A Vale manteve o processo de cortes nos custos de produção, que caíram US$ 0,7 por tonelada no trimestre, para US$ 14,5 por tonelada. A companhia reduziu sua dívida em US$ 1,1 bilhão, para US$ 21,1 bilhões. Ela afirmou que a meta é terminar 2017 com endividamento de, no máximo, US$ 17 bilhões.
Em teleconferência para explicar o balanço, o presidente da companhia, Fábio Schvartsman, criticou a proposta de revisão do código mineral, dizendo que "não é bom para ninguém". Ele disse ainda que a empresa espera retomar as operações da Samarco, responsável pelo desastre ambiental de Mariana (MG) há dois anos, "o mais rápido possível", mas que a empresa não tem controle desse processo.
Neste ano, a companhia iniciou o principal processo de reestruturação desde a privatização, há 20 anos. O processo vai pulverizar o capital da mineradora, pondo fim ao bloco de controle, hoje em mãos do Bradesco e dos fundos de pensão do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobras e Cesp.
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