sexta-feira, 29 de setembro de 2017

TRF4 mantém prisão do petista Aldemir Bendine, o amigão da Val



Os desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decidiram na terça-feira manter a prisão preventiva do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, o petista Aldemir Bendine, o amigão da Valdirene. Réu na Operação Lava Jato por ter recebido 3 milhões de reais em propina da Odebrecht, em 2015, Bendine foi detido na 42ª fase da operação, deflagrada em julho. Os irmãos Antônio Carlos e André Gustavo Vieira da Silva, apontados como intermediários do pagamento, também tiveram a prisão preventiva mantida pelo TRF4.

Os defensores de Bendine alegavam não haver motivos para a prisão preventiva e que as provas contra ele se baseiam apenas nas afirmações de delatores da Odebrecht. Moro converteu a prisão preventiva do ex-presidente das estatais em preventiva em razão de uma viagem que ele faria a Portugal às vésperas da ação da Polícia Federal que o prendeu, além de provas encontradas pela Polícia Federal durante as buscas, como anotações manuscritas sobre assuntos de interesse do Grupo Odebrecht no Banco do Brasil. O magistrado considerou também anotações de Aldemir Bendine que indicam que ele, enquanto investigado por enriquecimento ilícito e uso de dinheiro vivo na compra de um imóvel, em 2014, tentou manipular o depoimento de um motorista que lhe prestava serviços na presidência do Banco do Brasil. 

O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF4, concordou com a decisão do magistrado em seu voto. “A medida, além de prevenir o envolvimento do investigado em outros esquemas criminosos, também terá o salutar efeito de impedir ou dificultar novas condutas de ocultação e dissimulação do produto do crime, já que este ainda não foi recuperado”, entendeu Gebran. “Há notícia de que Bendine teria atuado na tentativa de, no mínimo, constranger testemunha, como no caso do motorista Sebastião Ferreira da Silva”, acrescentou ele, que foi seguido pelos desembargadores Leandro Paulsen e Victor dos Santos Laus.

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