O empresário Joesley Batista, dono da JBS, disse em depoimento à Procuradoria-Geral da República que acertou contratos fictícios com o escritório de Marco Aurélio Carvalho, sócio do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT-SP). A banca "emitia mensalmente notas de R$ 70 mil ou R$ 80 mil para contratos fictícios, e parte desse dinheiro iria, segundo Marco Aurélio, para José Eduardo Cardozo", conforme o depoimento.
O empresário contou que os contratos serviam para manter "boa relação" com o ex-ministro da Justiça, que o "tratava muito bem", segundo lhe dizia o advogado Marco Aurélio. Joesley acrescentou ter ouvido de Marco Aurélio que o "dinheiro chegava a José Eduardo Cardozo". Porém, Joesley disse que "nunca perguntou se o dinheiro chegava" de fato ao ex-ministro.
Ele disse ainda que a J&F patrocinou vários eventos e palestras do IDP (Instituto de Direito Público), do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Em junho, a J&F pagou R$ 2,1 milhões ao IDP em patrocínios. Para Joesley, a prática não era ilícita: "Nessa de resolver o que seria ou não crime, veio essa questão e Francisco de Assis e Silva disse que não era crime".
Segundo o delator, antes, Francisco de Assis e Silva perguntou ao então procurador da República, Marcello Miller, se havia algo ilícito e "houve divergência de entendimento". Para Joesley, "não houve nenhum ilícito porque não teve nenhum benefício em troca" e que uma diretora do IDP, Dalide Corrêa, procurou a empresa para o patrocínio.
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