O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e parte de seu gabinete vão depor em um alto tribunal a pedido de um senador que está preso por sua suposta relação com a rede de propinas criada pela construtora Odebrecht no país. "O governo está pronto para dar uma resposta ao que a justiça requer", disse nesta sexta-feira a jornalistas o ministro do Interior, Guillermo Rivera. A Corte Suprema aceitou um pedido da defesa do congressista Bernardo Elías para que Santos dê a sua versão, segundo um documento judicial citado pela imprensa.
A solicitação inclui também alguns de seus ministros, ex-ministros e o ex-vice-presidente Germán Vargas Lleras. Rivera acrescentou que o governo aguardará a notificação da justiça. O presidente e seus colaboradores deverão depor sobre a adjudicação, em 2014, de um contrato para Odebrecht para a construção de uma via. Segundo o Ministério Público, a empresa obteve a obra mediante o pagamento de subornos. Elías, um influente senador oficialista, foi capturado na quinta-feira por ordem da Corte Suprema de Justiça, encarregada de investigar os congressistas.
O legislador está sob suspeita por supostamente ser "beneficiário" do pagamento de subornos pela construtora. Por este mesmo caso, o Ministério Público pediu a investigação de outros três senadores. A Odebrecht, imersa em um escândalo global de corrupção, reconheceu ante o governo dos Estados Unidos ter pago 11,1 milhões de dólares em subornos na Colômbia. Segundo a procuradoria colombiana, os subornos superariam os 27,7 milhões de dólares.
Por esse caso, estão presos o ex-vice-ministro do Transporte Gabriel García e o ex-senador Otto Bula. A máxima autoridade eleitoral colombiana investiga o financiamento da Odebrecht às campanhas presidenciais de Santos e de Óscar Iván Zuluaga, seu rival nas eleições de 2014 pelo partido de direita Centro Democrático, liderado pelo ex-presidente e senador Álvaro Uribe.
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