A agência de classificação Fitch rebaixou, nesta sexta-feira a nota de Chile de "A+" para "A", por causa da "deterioração contínua" do balaço fiscal do país, seguindo os passos da Standard & Poor's um mês mais tarde. O "prolongado período de debilidade econômica e os menores preços do cobre" - o Chile é o maior produtor mundial do metal - contribuíram para o crescimento da dívida pública, que este ano será de cerca de 25% do PIB e vai subir a 30% em 2019.
"O período de fraco crescimento econômico do Chile, após o super ciclo da mineração, está durando mais que o esperado. Isso está contribuindo para uma deterioração contínua do balanço fiscal", explica a agência em seu informe. Para a Fitch, a dívida pública continua "muito abaixo da média 'A', mas aumentou consideravelmente em relação aos baixos níveis que respaldaram a melhora do Chile para 'A+' em 2011".
A boa notícia é que a agência de classificação prevê uma redução gradual do déficit fiscal do Chile depois de 2018 e prevê uma margem de alta limitada para o ritmo de consolidação econômica, independente de quem ganhe as eleições presidenciais deste ano. Nesta quinta-feira, o governo de Michelle Bachelet enviou ao Congresso um projeto de reforma previdenciária que pode custar 1,5 bilhão de dólares adicionais ao Estado. A Fitch considera que a perspectiva estável da dívida é respaldada por uma "sólida governabilidade e um quadro político que tem preservado a estabilidade macroeconômica".
Os chilenos vão às urnas no próximo 19 de novembro para eleger o sucessor de Bachelet. As pesquisas indicam o ex-presidente de direita Sebastián Piñera como favorito. Em 13 de julho, a S&P reduziu a classificação do Chile pela primeira vez em 25 anos, baseando-se também no crescimento econômico fraco. Espera-se que a Moody's, a terceira agência de classificação em importância, siga o mesmo caminho e reduza a nota do Chile antes do fim do ano.
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