domingo, 9 de julho de 2017

Relator apresenta parecer favorável à indicação de Raquel Dodge para substituir Janot


O senador Roberto Rocha (PSB-MA) protocolou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, na terça-feira, parecer favorável à indicação da subprocuradora-geral Raquel Dodge ao cargo hoje ocupado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Num texto de cinco páginas, o senador menciona como pontos altos da carreira da subprocuradora a atuação dela na Operação Caixa de Pandora, investigação sobre o mensalão do DEM no Distrito Federal, nos processos criminais contra o ex-deputado Hildebrando Pascoal.

O relatório deve ser votado nos próximos dias na CCJ e, em seguida, no plenário do Senado. Raquel foi indicada para chefiar o Ministério Público Federal pelo presidente Michel Temer na última quarta-feira, logo depois da divulgação da lista tríplice do Ministério Público Federal. “Quanto ao currículo da Sra. Raquel Dodge, somos obrigados a confessar que, diante de tantos fatos relevantes, de tantos aspectos notáveis de sua atuação profissional e acadêmica, somos obrigados a fazer um resumo dos aspectos mais importantes, o que ainda assim exige enorme esforço de síntese", escreveu o senador. Rocha também destaca a carreira acadêmica da subprocuradora, que fez mestrado em Harvard, nos Estados Unidos, em 2007. "Ainda em terras estrangeiras, foi laureada em Harvard (2006-2007) com a Gammon Fellowship, comenda que distingue a melhor dissertação de mestrado no âmbito daquela reconhecida Universidade", disse.

O senador argumenta ainda que o nome da subprocuradora conta "com amplo apoio" da categoria. Nas eleições da semana passada, Raquel ficou em segundo lugar na lista tríplice do Ministério Público Federal. A atuação de Raquel Dodge na Operação Caixa de Pandora, motivo de elogio do senador, também é alvo de críticas. Colegas da subprocuradora lembram que ela demorou dois anos, a partir do encerramento das investigações pela Polícia Federal, para fazer uma denúncia contra o ex-governador José Roberto Arruda, apontado como chefe do esquema de compra de arrecadação e distribuição de propina entre políticos do grupo político dele. Três anos depois, a denúncia foi fatiada em 16 ações, sem maiores consequências para Arruda. 

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