domingo, 9 de julho de 2017

Peemedebista Geddel Vieira Lima toma banho frio em cela dividida com mais nove presos na Papuda


O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) foi transferido no início da tarde de terça-feira (4) para o presídio da Papuda (DF). Ele foi preso na segunda-feira (3) na Bahia e chegou em Brasília por volta de meia-noite. O peemedebista cumpre prisão preventiva, que não tem prazo de duração, determinada pela Justiça Federal do Distrito Federal. Entre outros elementos, Geddel é acusado de tentar pressionar o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o operador Lucio Funaro a se calarem –os dois estão presos desde o ano passado. Cunha em Curitiba, Funaro, na Papuda. O pedido de prisão foi feito pela Polícia Federal após depoimento de Funaro. Ele contou que o ex-ministro sondava frequentemente sua mulher sobre seu "estado de ânimo" de delatar. O operador entregou à Polícia Federal registros de chamadas telefônicas para provar o que disse. Geddel é alvo da operação Cui Bono, do Distrito Federal, que investiga sua gestão na vice-presidência de pessoa jurídica na Caixa Econômica Federal, entre 2011 e 2013. O inquérito foi aberto a partir de elementos colhidos em um antigo celular de Cunha (PMDB-RJ).

A defesa do ex-ministro chamou a prisão de "absolutamente desnecessária". Na Cui Bono, os investigadores suspeitam do pagamento de propina para a liberação de recursos do FGTS para projetos privados. Como funcionava o esquema (segundo a delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa): 1. Empresas apresentavam projetos para pleitear recursos do FGTS, gerido pela Caixa; 2. Cleto passava ao ex-deputado Eduardo Cunha os projetos em tramitação; 3. Com o intermédio do corretor Lúcio Funaro, Cunha negociava com as empresas o pagamento de propina; 4. Após a negociação, Cleto atuava para convencer conselheiros do fundo a escolher as empresas que pagaram a propina.

No presídio da Papuda, Geddel Vieira Lima divide cela com nove detentos. A capacidade da cela é para 12 pessoas, com quatro treliches. Segundo a SSP, há apenas chuveiro frio no local e um espaço para necessidades fisiológicas. O ex-ministro teve o cabelo cortado assim que chegou à Papuda, mas não ficou careca. Geddel está no mesmo presídio de Lucio Bolonha Funaro, pessoa que foi determinante para a decisão da Justiça de pedir a prisão do peemedebista. Preso desde julho do ano passado, Funaro é apontado pelas investigações como operador do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Eles estão em alas separadas na Papuda. Geddel está na ala A e Funaro na ala B, no bloco 5. Eles não têm permissão de se encontrarem. Os dois têm direito a duas horas por dia de banho de sol, mas em momentos diferentes. Todos os detentos da cela de Geddel têm ensino superior.

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