segunda-feira, 31 de julho de 2017

Eike Batista omite em depoimento o pagamento de propina ao peemedebista Sérgio Cabral

O empresário bilionário de papel e propineiro Eike Batista prestou depoimento nesta segunda-feira e ficou em silêncio ao ser questionado sobre pagamentos de propina a Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro. Ele negou que tivesse relação próxima ao peemedebista, mas admitiu que emprestou um de seus aviões ao mordômico Sérgio Cabral. As afirmações foram feitas em depoimento conduzido pelo juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos desdobramentos em primeira instância da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. O empresário, fundador do ficcional Grupo X, uma pirâmide de papel, é um dos réus da Operação Eficiência, deflagrada em janeiro. “Quero colaborar 100% com a Justiça. É meu dever. Sobre essa questão (pagamento de propina a Sérgio Cabral), a recomendação dos meus advogados neste instante é ficar em silêncio”, disse o piramista Eike Batista, em um depoimento que durou 13 minutos.

O empresário está em processo de elaboração dos anexos do acordo de delação premiada que serão entregues ao Ministério Público Federal. Além de Sérgio Cabral, Eike Batista citará em sua colaboração o chefão da organização criminosa petista e ex-presidente Lula (PT) e o petista Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda no governo da mulher sapiens Dilma Rousseff (PT). Eike Batista é acusado de pagar 16,5 milhões de dólares em propinas a Sérgio Cabral para obter vantagens nos negócios. Além disso, teria desembolsado 1 milhão de reais em propina ao ex-governador por meio de contrato fraudulento com o escritório de advocacia da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral. 

Em sua defesa, o empresário afirmou ter feito diversas doações a instituições do Rio de Janeiro, como o Hospital da Criança, em Botafogo. Ele exaltou empreendimentos próprios no Estado. “Empreendi alguns grandes projetos no Rio de Janeiro, como o Superporto do Açu e o Porto Sudeste, em Itaguaí, onde foram investidos, em cada um deles, mais ou menos 10 bilhões de reais. Hoje, graças a Deus, ajudam a gerar divisas para o Brasil”, disse o empresário a Bretas. O piramista Eike Batista confirmou o empréstimo de um avião ao peemedebista propineiro Sérgio Cabral, mas ressaltou que a concessão foi feita sem que houvesse uma relação de amizade entre eles. “Tinha três aviões e as pessoas sabiam que eles, muitas vezes, estavam parados. As pessoas tinham liberdade de pedir e é difícil dizer não ao governador de usar o seu maquinário”, afirmou. A decisão de não emprestar mais aviões a políticos foi tomada após um acidente com um dos aparelhos, disse Eike Batista. “Assim foi feito”, garantiu. O empresário foi indiciado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro e está, atualmente, em prisão domiciliar. 

Flávio Godinho, ex-vice-presidente do Flamengo e ex-executivo do Grupo EBX, também foi interrogado por Bretas, mas optou por ficar em silêncio: “Quero ratificar que tenho total interesse em colaborar, mas atenderei a orientação dos meus advogados e ficarei calado.”

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