domingo, 9 de julho de 2017

Conselho da USP aprova cota de 50% para alunos de escola pública até 2021


O Conselho Universitário USP (Universidade de São Paulo) aprovou em reunião realizada na terça-feira (4) um sistema de cotas para alunos de escola pública. A reserva de vagas será escalonada a cada ano e, até 2021, metade dos ingressantes de cada curso e turno terão de vir da escola pública. A proposta de cotas da reitoria já tinha passado em várias outras instâncias, com parecer positivo. A definição de cotas para pretos, pardos e indígenas, no entanto, ficou de fora das novas regras. Caberá a cada unidade dispor de reserva específica para isso, sem que haja uma meta definida. 

Pela primeira vez na história a Faculdade de Medicina da USP terá vagas reservadas para negros. Das 125 vagas do curso, 50 estarão no Sisu. Dessas, 25 serão para alunos da rede pública e 15 para pretos, pardos e indígenas, também da rede pública. As outras 10 vagas no Sisu serão disputadas por ampla concorrência. Já o restante das vagas da unidade continuam com disputa pela Fuvest. A implementação de cotas representa um tabu histórico na USP, principal instituição pública de ensino superior do País. 

Neste ano, 37% dos ingressantes são oriundos de escolas públicas – percentual que não se repete em cursos tradicionais e concorridos, como Medicina e Engenharia. Ainda assim, o índice é baixo, considerando que mais de 80% dos alunos de ensino médio de São Paulo estão em unidades públicas.

Para 2018, a meta é alcançar o mesmo percentual já registrado neste ano: 37%. Mas a grande diferença é que o texto prevê que esse nível de inclusão seja alcançado por todas as unidades - não por todos os cursos. A partir de 2019, entretanto, a cota deverá ser alcançada por curso e turno. Essa reserva aumenta a cada ano: 40% em 2019, 45% em 2020 e, finalmente, 50% em 2021. 

Desde 2007 a USP tem um sistema de bônus na nota para alunos de escola pública. O programa, chamado Inclusp, passou por várias modificações e, atualmente, esse perfil de estudante pode ter até 20% de incremento na nota. Se o estudante for PPI (preto, pardo ou indígena), a bonificação chega a 25%. A aposta da atual gestão para aumentar a inclusão foi colocar parte das vagas da USP no Sisu (Sistema Unificado de Seleção), que usa a nota do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) como critério. O que criou duas portas de entrada para a universidade: Fuvest e Enem.

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