O Conselho de Administração da JBS, dos irmãos empresários bucaneiros caipiras Wesley e Joesley Batista, autorizou acordo para estabilização e renegociação de dívidas do grupo de alimentos e proteína animal com bancos credores, informou a companhia em comunicado ao mercado nesta sexta-feira. O acordo de “estabilização” da dívida foi aprovado para ser realizado com os bancos Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Santander Brasil, BNP Paribas Brasil, HSBC Brasil, Rabobank, Banco Mizuho do Brasil, Citibank, Industrial and Commercial Bank of China, Bank of China (NY), além do Deutsche Bank e com a Cargill.
Esse acordo prevê “a substituição das operações de dívida celebradas com os bancos ou prorrogação das parcelas de principal”, segundo ata da reunião realizada na sexta-feira passada. Já um acordo de “renegociação” foi aprovado com o Itaú Unibanco, afirmou a JBS no documento, sem dar mais detalhes. A JBS está próxima de um acordo para o refinanciamento de dívidas bancárias no valor de 18 bilhões de reais que vencem dentro de um ano.
A JBS tinha até o final de março dívida líquida de 47,8 bilhões de reais e uma relação de dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 4,2 vezes. Nos últimos dias, a J&F conseguiu destravar algumas iniciativas de desinvestimentos importantes para sua reestruturação. Na segunda-feira, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica(Cade) aprovou sem restrições o acordo da JBS para a venda de suas operações de carne bovina no Paraguai, Uruguai e Argentina por 300 milhões de dólares (cerca de 984 milhões de reais) ao Grupo Minerva.
Na quarta-feira, a J&F confirmou que fechou acordo para a venda da Alpargatas, dona das marcas Havaianas, Osklen e Mizuno, a Itaúsa (holding de investimentos do Itaú), Cambuhy Investimentos (fundo da família Moreira Salles) e Warrant Administração de Bens e Empresas. A JBS anunciou em junho um programa de desinvestimento, que consiste na venda de alguns ativos para reduzir seu endividamento. O objetivo da companhia é conseguir levantar 6 bilhões de reais.
Entre os compromissos financeiros da empresa está o pagamento da multa de 10,3 bilhões de reais, prevista no acordo de leniência firmado entre a holding J&F e o Ministério Público Federal. A multa será paga em 25 anos.
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