domingo, 9 de julho de 2017

Após falar em críticas ao Judiciário, Cármen Lúcia escapa de escracho


Numa palestra na sexta-feira (7), a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, disse ter lido errado um anúncio publicitário no centro de Belo Horizonte e pensou tratar-se de um protesto contra o Supremo. Se tivesse comparecido a um evento onde seria homenageada neste sábado (8), também em Belo Horizonte, teria lido certo. "Juiz não é celebridade", "Quem julga não pode ter partido", "Juiz é pra julgar e não pra fazer política", "STF, legalidade é questão de poder, não de justiça" e até "Kkkkkkarmen Lúcia", diziam as faixas dos coletivos Linhas do Horizonte e Alvorada.

Na manhã deste sábado, um grupo de cerca de quinze comuno-petistas a esperava no evento e protestava contra a parcialidade do Judiciário. "É um poder altamente corrompido", disse a professora de filosofia Anna Karla Santos Costa, de 53 anos. A manifestação também pedia a anulação do impeachment da mulher sapiens petista ex-presidente Dilma Rousseff (PT). "Ao não impedir que uma presidente fosse sumariamente retirada sem ter cometido irregularidade, o STF deu um tiro na cabeça da democracia. E agora se colocam como defensores da democracia e da Constituição para proteger bandido", completou. Por aí dá para perceber a esquerdopatia dessa gente.

Na sexta-feira, Cármen Lúcia declarou estar receosa "como mulher que apanha" em relação às críticas ao Judiciário. "Estou igual mulher que apanha. Quando alguém pega o chicote pra bater no cachorro, ela já sai correndo", disse. O grupo de manifestantes disse não ter visto a declaração da ministra, mas ironizou: "quem sabe ela lembra o que fizeram com a Dilma, quem apanhou foi a Dilma", afirmou a médica Sônia Lansky, de 55 anos, notória esquerdista.

O coletivo Linhas do Horizonte surgiu como forma de solidariedade à galega italiana Marisa Letícia, mulher do poderoso chefão da organização criminosa petista e ex-presidente Lula (PT), morta em fevereiro. Os membros bordam faixas com dizeres pró-PT, como "Lula livre, democracia viva". O grupo Alvorada, por sua vez, reúne mais de 200 pessoas e participa de protestos, além de organizar mobilizações na praça da Liberdade, por exemplo. Confeccionam camisetas e adesivos contra o presidente Michel Temer (PMDB) e pelas eleições diretas.

No protesto, o ator Munish, de 52 anos, representava a "justiça tucana". Vestido com toga e venda nos olhos, ele carregava a balança símbolo da justiça e uma imitação de tucano. O grupo diz que o STF usa dois pesos e duas medidas em relação aos tucanos, comparando a situação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que teve o pedido de prisão negado e o mandato restabelecido, com a do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que foi preso e afastado por decisão do Supremo.

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