O presidente de Israel, Reuven Rivlin, reclamou na quinta-feira (15) diretamente ao novo embaixador brasileiro, Paulo Cesar Meira de Vasconcellos, do voto do Brasil na Unesco a favor de resolução que nega a soberania israelense sobre qualquer parte de Jerusalém. O voto foi dado no dia 2 de maio a partir de documento apresentado por países árabes. Israel é tratado no texto como "poder ocupante" em Jerusalém e que, portanto, não teria nenhum laço histórico ou legal com qualquer parte da cidade. Israel considera Jerusalém sua capital, una e indivisível, mas os palestinos reivindicam a parte oriental como a capital de seu eventual futuro Estado.
O Brasil foi um dos 22 países que votaram a favor da resolução do braço da ONU para Educação e Ciência. Houve 23 abstenções, 10 votos contra e três ausências. Rivlin aproveitou a cerimônia de entrega de credenciais de quatro novos embaixadores, entre eles o do Brasil, para fazer a crítica, o que revela o grau de irritação do governo israelense. O presidente disse que as relações entre Israel e o Brasil "são muito importantes" e que elas estão sendo ampliadas.
Mas não deixou de cobrar uma mudança no voto brasileiro: "Não há um só brasileiro que não saiba da conexão entre o povo judeu e Jerusalém. Nem mesmo a Unesco pode mudar isso. A decisão deveria ser esquecida, deveria realmente ser modificada e eu peço que o governo brasileiro reconsidere seu voto". O embaixador brasileiro preferiu ficar nas platitudes, em sua resposta, pelo menos segundo o comunicado oficial divulgado pela Presidência de Israel: "Nossa amizade data da criação do Estado de Israel. Como as relações bilaterais envolvem muitos campos de cooperação e temos que aperfeiçoá-las, me dedicarei à agenda positiva entre os dois países."
Nenhum comentário:
Postar um comentário