A Polícia Federal prendeu a irmã, um filho e um homem de confiança do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, em uma operação na manhã desta quarta-feira com equipes cumprindo mandados em cinco Estados e no Distrito Federal. Segundo as investigações, mesmo preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, ele expandiu sua área de atuação e tem lucro mensal de R$ 1 milhão com os crimes. Ele comandava a quadrilha por meio de bilhetes e mensagens de celular. A investigação começou há um ano, quando agentes penitenciários apreenderam um bilhete em pedaços dentro de uma marmita. Por esse motivo, a operação foi batizada de Epístolas (cartas). Após a reconstituição e exame grafotécnico do bilhete, atestou-se ter sido escrito por Beira-Mar. Foram apreendidos cerca de 50 bilhetes redigidos ou endereçados ao traficante. Pelo documento, foi possível identificar ordens a outros integrantes da quadrilha em liberdade. Já estão presos Luan Medeiros da Costa, filho de Beira-Mar, capturado na Paraíba; Felipe da Costa Lira; homem de confiança do traficante, no Ceará; além da advogada Alessandra da Costa, irmã do traficante. Os agentes visam a cumprir outros 22 mandados de prisão, 27 de condução coercitiva e 85 de busca e apreensão emitidos pela 3ª Vara Federal. A ação acontece simultaneamente no Rio, em Rondônia, no Mato Grosso do Sul, na Paraíba, no Ceará e no Distrito Federal. Equipes da Polícia Federal foram despachadas para Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde estão os principais redutos de Fernandinho, que são as favelas Beira-Mar, Parque das Missões e Parque Boavista. Um dos focos da ação foi um condomínio de luxo em Caxias, onde mora a irmã de Beira-Mar, Alessandra Costa. Ela é apontada pelo Ministério Público Federal como conselheira do traficante e acusada de formação de organização criminosa e de lavagem de dinheiro. Para tentar comprovar a origem dos rendimentos, foi montado um forte esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada e estabelecimentos como casas de shows e bares, além de aquisições e reformas imobiliárias. Segundo a Polícia, a organização chega a movimentar mensalmente valores superiores a R$ 1 milhão com as atividades ilícitas. Foram identificados inicialmente bens do grupo avaliados em cerca de R$ 30 milhões. A quadrilha chegou a movimentar R$ 9 milhões nos últimos anos. Beira-Mar também é investigado por influência política, porque teria indicado nomes para a Câmara de Vereadores de Caxias. De acordo com a Polícia Federal, além do tráfico, Beira-Mar também explora caça-níqueis, a venda de botijões de gás, de cestas básicas, de cigarros, a circulação de mototáxis e até mesmo o abastecimento de água. Beira-Mar foi condenado 15 vezes pelos crimes de tráfico de drogas, homicídio, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As penas, juntas, são de mais de 300 anos de prisão. Ele está na cadeia há 11 anos.
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