sábado, 13 de maio de 2017

Moro nega pedido de Lula para ouvir testemunhas no Exterior



O juiz Sergio Moro negou pedido da defesa do poderoso chefão da organização criminosa petista e ex-presidente Lula para ouvir quatro das 86 testemunhas listadas em uma das ações em que o petista é réu na Lava Jato. As quatro moram no Exterior – duas não são brasileiras. No entanto, Moro aceitou que a defesa liste outras quatro pessoas que moram no Brasil para depor no lugar das testemunhas excluídas. "A ampla defesa, direito fundamental, não significa um direito amplo e irrestrito à produção de qualquer prova, mesmo as impossíveis, as custosas e as protelatórias", disse Moro em sua decisão. Esse processo acusa o ex-presidente de ter recebido vantagens indevidas da Odebrecht em troca de contratos da empreiteira com a Petrobras - e não é o mesmo que levou o ex-presidente a depor na última quarta (10) em Curitiba, relativo a contratos da OAS. As testemunhas que Moro negou ouvir são os embaixadores do Brasil em Lima, Marcos Leal Raposo Lopes, em Paris, Paulo Cesar de Oliveira Campos, e duas pessoas que fizeram auditoria na Petrobras, Nicholas Grabar e Stuart K. Fleischan. Para a defesa, os embaixadores ocuparam postos relevantes durante o governo Lula e "poderão prestar valiosos esclarecimentos para contrapor as afirmações contidas na denúncia -notadamente no que diz respeito ao caráter lícito, probo e ético da atuação do peticionário Lula em relação aos assuntos relativos à Petrobras". Já sobre os auditores, disseram que "ambos participaram de amplo e minucioso processo de auditoria na Petrobras, por ocasião das emissões de ações em 2010, conhecendo detalhes da operação, bem como da própria companhia". No despacho, Moro argumenta que os advogados de Lula não demonstraram "a imprescindibilidade da oitiva dessas testemunhas residentes no exterior, mesmo sendo intimada para tanto, sequer esclarecendo, aliás, o que elas teriam a relatar". O juiz deu cinco dias para que sejam listadas as substitutas dessas testemunhas. Procurada, a defesa de Lula ainda não se manifestou. Os advogados sempre afirmaram que o ex-presidente é inocente e não cometeu irregularidades. 

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