O Ministério Público Federal no Amapá recomendou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a suspensão das atividades e perfuração marítima de petróleo, pela empresa Total, na foz do Rio Amazonas, próximo aos recém-descobertos corais da Amazônia, devido aos riscos que a exploração traz para esses recifes. A suspensão deve ocorrer até que os impactos da atividade sobre a barreira de corais próxima ao empreendimento sejam “suficientemente avaliados”. Na recomendação, o Ministério Publico Federal argumenta que ainda não existem pesquisas científicas suficientes sobre o novo ecossistema nem foram identificados todos os novos seres encontrados no recife. Além disso, o procurador Joaquim Cabral da Costa Neto pediu a reabertura do processo de licenciamento ambiental do empreendimento de perfuração naquela região. Ele justificou que, na ocasião da abertura do licenciamento, o bioma descoberto não estava previsto pelo empreendedor. Uma das considerações do documento apresentado pelo Ministério Publico Federal cita o Princípio 15 da Declaração da Eco 92, o princípio da precaução, que trata do “dever de agir antecipadamente diante do risco, do perigo e da incerteza científica a justificar adoção de tutela preventiva e acautelatória contra a degradação ambiental”. “O que a BP e a Total querem fazer é uma operação arriscada em águas profundas. E será próxima a um bioma marinho único no mundo, que mal tivemos tempo de conhecer, e onde são encontradas espécies ameaçadas. Como se a extração do petróleo ali não fosse imprudente o suficiente, a queima desse combustível só vai aumentar nossas emissões de gases de efeito estufa, que agravam as mudanças climáticas”, disse o ativista Thiago Almeida, da Campanha de Energia do Greenpeace, sobre a declaração do Ministério Público Federal. Na foz do Rio Amazonas está localizado o grande recife de corais, esponjas e rodolitos de 9,5 mil quilômetros quadrados – uma área 20% maior que a região metropolitana de São Paulo. Segundo Almeida, a exploração na região gera o risco de derramamento de petróleo. Os blocos de exploração petrolífera em áreas próximas aos corais pertencem às empresas Total, BP e Queiroz Galvão.
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