quinta-feira, 27 de abril de 2017

Lula diz ver espaço para diálogo com FHC, mas refuta conversa com Temer



O poderoso chefão da organização criminosa petista e ex-presidente Lula fez nesta quarta-feira (26) um aceno público em direção à abertura de diálogo com Fernando Henrique Cardoso (PSDB), seu antecessor no Palácio do Planalto. "Eu fiquei muito agradecido quando ele foi me visitar no hospital, foi visitar a dona Marisa, e acho que há um espaço para conversar sobre reforma política e também discutir sobre economia, não tem problema", afirmou em entrevista ao SBT. Lula refutou, no entanto, a possibilidade de aproximação com o presidente Michel Temer (PMDB). Disse que, "sinceramente", não tem interesse em conversar com ele: "A forma como ele chegou ao governo não condiz, inclusive, com as conversas que tive com ele". Desde a visita de FHC e Temer ao petista durante o período em que a ex-primeira dama Marisa Letícia estava internada, em fevereiro deste ano, auxiliares do trio tratam da possibilidade de conversas, principalmente em torno da reforma política. Na entrevista, o petista disse também que não vai fazer "nenhum acordo sobre a Lava Jato": "Se tiver de ter reunião entre os políticos, tem de ser os presidentes dos partidos que puxem, é para discutir reforma política". Se o país continuar com essa lógica de "desmoralização dos partidos", seguiu Lula, o caminho é "fascismo e nazismo". Ainda sobre Temer, Lula disse que ele "deveria ter dito não" à possibilidade de assumir o Executivo depois do impeachment de Dilma Rousseff. "Um senhor de 76 anos, jurista respeitado, poderia ter dito: 'Não quero o Poder pela via do golpe'. Ele era vice-presidente, teoricamente chefe do Eduardo Cunha. Faltou compromisso com Dilma e com a democracia. Ele sabe que isso tem um preço e ele vai pagar o preço por isso". Lula também saiu em defesa de seu ex-ministro Antonio Palocci, que negocia delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato e pode mencioná-lo nas tratativas para firmar a colaboração. Mas afirmou que não se preocupa com a possibilidade de colaboração de seu aliado: "Palocci é meu amigo, fundador do PT, uma das maiores inteligências políticas do País". "Está preso, sem direito de habeas corpus, trancafiado. E enquanto não falar não sai. 'Quer sair, fala do Lula.' É assim com todo mundo. Mas não tenho nenhuma preocupação com a delação do Palocci", afirmou o presidente. Ao citar as delações de Marcelo Odebrecht e de Leo Pinheiro, comparou o tempo durante o qual os alvos da Operação Lava Jato ficam presos antes da condenação à "tortura". "Eu fico preocupado porque essas pessoas estão pressas há muito tempo. Estão sendo torturados psicologicamente. Odebrecht não se apresentou para fazer a delação, ele está sendo coagido todo santo dia. Agora é o Palocci. 'Palocci vai fazer', 'Vaccari vai fazer'. Todo dia é uma coação, quase que uma caça às bruxas". Lula disse ainda que a condição "sine qua non" para que uma delação seja aceita é que seu nome apareça: "Se tudo que eu tenho que fazer pra sair é alguma futrica contra o Lula, eu vou delatar até a mãe". O petista negou ainda as afirmações feitas por Emilio Odebrecht em seu acordo de delação premiada com a Lava Jato de que tratou de recursos para campanha com o petista. "Duvido que o Emílio tenha em algum momento conversado comigo sobre dinheiro de campanha. Não permitia que se conversasse e não conversava com ele sobre siso. Se você estabelece relação de pedir recurso para empresário você cria uma relação de promiscuidade. E um presidente não pode ter relação promíscua".

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