quarta-feira, 19 de abril de 2017

João Santana e Mônica Moura dizem ter recebido caixa 2 em campanhas do PT


Os marqueteiros João Santana e Mônica Moura afirmaram em depoimento ao juiz Sergio Moro nesta terça-feira (18) que receberam recursos de caixa dois da Odebrecht nas campanhas de Dilma Rousseff e Lula. "A relação da minha empresa com o grupo Odebrecht foi aberta durante a campanha de reeleição do presidente Lula. Na época, o ministro Antônio Palocci - que não era mais ministro – fez esse contato e uma parte do pagamento dessa campanha foi feita através da Odebrecht", afirmou Santana. Mônica Moura, responsável pela parte financeira da empresa de publicidade dos dois, a Pólis Propaganda, não detalhou quanto foi pago em caixa dois em todos os casos, mas disse que "em todas as campanhas sempre trabalhamos com caixa dois, recursos não contabilizados". Segundo ela, foram pagos cerca de R$ 10 milhões em conta no Exterior pela campanha presidencial de Dilma em 2011 e também outros valores, que a marqueteira não soube precisar, em dinheiro. "Não acredito que exista um marqueteiro no Brasil fazendo campanha com caixa um. Todos trabalham com caixa dois. Era uma exigência dos partidos", afirmou. A Odebrecht, de acordo com ela, também fez pagamentos para as campanhas das senadoras Marta Suplicy (então PT, hoje PMDB) à Prefeitura de São Paulo e Gleisi Hoffmann (PT) à Prefeitura de Curitiba, em 2008. Em 2012, Santana e Moura disseram ter recebido dinheiro da empreiteira pelas campanhas à prefeitura de Fernando Haddad (PT) em São Paulo e do deputado Patrus Ananias (PT), em Belo Horizonte. "Posso lhe dizer com segurança que todos eles (os candidatos) sabiam dos valores exatos e de quanto estavam nos pagando e de quanto era o pagamento", afirmou Mônica Moura. De acordo com a marqueteira, o ex-ministro Antônio Palocci era quem negociava no PT os recursos não contabilizados entre 2006 e 2012. Depois, quem assumiu o posto foi o ex-tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto. João Santana e Mônica Moura depuseram durante cerca de duas horas em ação contra Palocci, na sede da Justiça Federal em Curitiba. Saíram por volta das 18 horas, sob protesto de grupos de pessoas acampadas em frente ao prédio. 

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