A concessão do aeroporto Hercílio Luz foi disputada até os últimos instantes do leilão ocorrido na Bovespa na manhã desta quinta-feira, em São Paulo. Dos quatro aeroportos ofertados à iniciativa privada, o de Florianópolis foi o que mais recebeu lances das duas empresas interessadas. A suíça Zurich arrematou a concessão em uma disputa lance a lance com a francesa Vinci. O valor mínimo para a concessão do Hercílio Luz era de R$ 52.735.236,00. Na abertura de propostas, a Zurich foi mais agressiva: ofereceu R$ 58.333.333,33 (R$ 8 milhões a mais), enquanto a concorrente Vinci fez um lance R$ 1 maior do que o mínimo. Com a abertura da etapa de lances no viva-voz, o aeroporto de Florianópolis ficou de lado para uma disputa pelo terminal de Fortaleza. Como cada empresa só poderia ficar com o aeroporto de uma região, houve momentos em que algumas empresas ficaram inabilitadas de concorrer. Além de Florianópolis, a Zurich também disputava com a alemã Fraport o aeroporto de Porto Alegre. Ela chegou a estar à frente na capital gaúcha, o que tiraria o direito de ficar com o Hercílio Luz também. Mas a Fraport manteve a posição e fez altas propostas, o que tornou o aeroporto do Rio Grande do Sul o mais caro proporcionalmente entre os disputados. No valor final do ágio, que é a quantia acima do mínimo estabelecido, os alemães vão pagar 852% a mais que os R$ 31 milhões inicialmente previstos. O valor vencedor proposto pela Fraport para Porto Alegre foi de R$ 290 milhões. Em Florianópolis, apesar do ágio ficar em 58%, o segundo menor, a disputa foi intensa. Depois dos R$ 58,3 milhões iniciais da Zurich, os franceses passaram a aumentar as ofertas insistentemente. Em determinado momento, pouco antes de o operador encerrar o pregão, a Zurich voltou e fez nova oferta através do Banco Santander, corretor da empresa que atua na Bovespa. A reação nos segundos finais levou o público ao risos e comentários. Assim, o operador André Demarco ampliou novamente o tempo de ofertas. Dessa forma, Vinci e Zurich travaram um embate até que os franceses desistissem de novos lances. Durante o tempo de viva-voz, corretores e investidores ficaram ao celular em contato com acionistas e representantes das empresas. Em alguns momentos, houve surpresa dos presentes, com reações e até risos em voz alta. Ao final, quando o operador decidiu encerrar o leilão, o público aplaudiu e celebrou o resultado. Na batida de martelo, o ministro-chefe da secretaria-geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB), acompanhou os representantes de cada empresa vencedora e das cidades dos aeroportos. Moreira disse que essas concessões fazem parte de "um esforço para colocar o País nos trilhos". "Isso significa restabelecer o ambiente de confiança para retomar os investimentos, que é condição indispensável para que o País volte a crescer e gerar milhões de empregos", disse o ministro.
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